A operação foi concluída no dia 27 de setembro.
Os trabalhadores resgatados foram contratados por uma empresa de Vitória (ES) para realizar serviços de lavagem e pintura dos porões de um navio cargueiro, de bandeira das Ilhas Marshall e propriedade de uma empresa norueguesa.
Entre os resgatados, nove eram de Salvador, três do Maranhão e quatro do Espírito Santo.
De acordo com a equipe de fiscalização do Trabalho, os trabalhadores passaram cinco dias em condições extremamente precárias a bordo.
Eles não tinham local adequado para alimentação, descanso ou higiene pessoal. As refeições eram feitas no convés, sentados no chão, e o descanso ocorria em redes e colchonetes expostos ao clima.
Não havia banheiros adequados, e os banhos eram tomados com uma mangueira a céu aberto, sem qualquer privacidade.
Além das condições degradantes, os auditores-fiscais constataram que os trabalhadores eram submetidos a jornadas exaustivas, chegando a 14 horas diárias de trabalho, com uma única pausa de uma hora para o almoço.
As atividades começavam às 6h da manhã e terminavam às 21h.
Após a operação, os trabalhadores foram retirados do navio e hospedados em terra, onde aguardaram o pagamento de suas verbas salariais e rescisórias, realizadas entre os dias 24 e 25 de setembro.
Todos já retornaram para seus estados e receberam os direitos trabalhistas, incluindo o cadastramento para o seguro-desemprego.
Campanha de Inspeção Concentrada em navios estrangeiros
Essa operação fez parte da Campanha de Inspeções Concentradas (CIC) em navios de bandeira estrangeira, uma ação conjunta entre os auditores-fiscais do Trabalho e os inspetores navais da Marinha do Brasil.
A iniciativa busca verificar as condições de segurança da navegação e de trabalho a bordo, como remuneração e jornadas, em uma fiscalização conhecida no meio marítimo como Port State Control.
A CIC 2024, que se encerra no dia 30 de novembro, é realizada no âmbito do Acordo Latino-Americano sobre Controle de Navios pelo Estado do Porto (Acordo de Viña del Mar, 1992), envolvendo 15 países da América Latina.
Durante o período da campanha, as inspeções foram realizadas de forma conjunta em portos brasileiros, com equipes do MTE e da Marinha do Brasil.
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