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Para analistas, desemprego se mantém em 11,8%
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
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A procura cada vez mais fraca dos brasileiros por recolocação no mercado de trabalho ajudará a manter da taxa de desemprego estável entre os três meses encerrados em outubro e o trimestre até novembro, em 11,8%.
Essa é a média de 20 estimativas colhidas pelo Valor Data entre consultorias e instituições financeiras para a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que será divulgada amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As projeções variam de desemprego de 11,6% a 11,9% da força de trabalho.
Para o saldo de vagas formais referente também a novembro, a média de 15 estimativas aponta fechamento de 69,3 mil postos de trabalho com carteira assinada. Os números projetados para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do período, ainda sem data de divulgação definida, vão de corte líquido de 34,3 mil a redução de 98 mil vagas.
A composição da taxa de desemprego em novembro deve ser bastante parecida com a observada em setembro e outubro – um crescimento bastante modesto da força de trabalho, desestimulada a procurar emprego pelo prolongamento da recessão, e contração forte da população ocupada, afirma a economista Sarah Bretones, da MCM Consultores.
Nos últimos meses, a retração do emprego em categorias mais precárias, que até então vinham sentindo menos o efeito da crise, ela afirma, tem proporcionado impacto não apenas sobre a ocupação – que encolhe a taxas recordes, acima de 2% na comparação com o mesmo período do ano anterior -, mas também sobre os rendimentos.
Com a redução expressiva da ocupação em segmentos de remuneração mais baixa, como conta própria, o recuo médio dos salários vem desacelerando, de um ritmo de quase 3,5% ao mês no primeiro semestre para 1,7%, em média, em setembro e outubro. "O efeito da precarização sobre a renda praticamente acabou", completa a economista da MCM. A estimativa da consultoria para o desemprego é de 11,8%, 2,9 pontos percentuais acima da taxa registrada no trimestre encerrado em novembro de 2015.
A projeção de desemprego da Tendências Consultoria (11,9%), por sua vez, contempla queda 2,6% da população ocupada – mesmo percentual apurado em outubro – e aumento de 0,5% da força de trabalho – também próximo da divulgação anterior, 0,6%. Se confirmada a expectativa, em termos dessazonalizados a taxa de desocupação subiria de 12,2% no trimestre encerrado em outubro para 12,4%.
Dessazonalizada, a projeção de desemprego de 11,8% do Santander representa uma taxa de 12,3%, ante 12,1% nos três meses até outubro. A equipe do banco ressalta que, devido à expectativa de recuperação mais lenta da atividade do que o antecipado até meados de 2016, a taxa de desemprego continuará subindo no país pelo menos até o fim do segundo trimestre de 2017, ainda que de forma menos intensa.
"Prevemos que a taxa atingirá o pico ao final do segundo trimestre, em torno de 13%, na série com ajuste sazonal, e, a partir de então, apresentará uma trajetória de queda bastante lenta", pondera em relatório. Ainda conforme as estimativas do Santander, o desemprego médio passará de 8,3% em 2015 para 11,3% neste ano (a média colhida pelo Valor Data está em 11,4%) e para 12,7% em 2017.
Para o Caged, a média de 69,3 mil cortes de vagas esperada para o dado de novembro é quase metade do saldo negativo observado no mesmo período do ano passado, 130,6 mil. Entre as mais otimistas, a estimativa da LCA Consultores, fechamento 36,2 mil postos, prevê demissões líquidas na indústria, na construção, nos serviços e na agropecuária, ainda que em menor magnitude do que no mesmo intervalo do ano passado.
A indústria perderia 33,2 mil funcionários, contra 80,2 mil em novembro de 2015, a construção, 37,2 mil (-55,6 mil em novembro de 2015) e os serviços, 14,7 mil (-25,5 mil). Para o comércio, é previsto saldo positivo de 70,3 mil empregos, mais do que os 52,3 mil registrado em igual mês de 2015.