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Meio Ambiente

Transporte marítimo fecha acordo climático em Londres

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Meio Ambiente

Transporte marítimo fecha acordo climático em Londres

Uma boa notícia afinal. Isso é raro, e muito bom. O setor do transporte marítimo acaba de fechar um importante acordo climático em Londres. Ele aconteceu na sede da Organização Marítima Internacional (IMO), reunindo 170 países. É o maior acordo climático este ano.
porto itajaiCrédito: Arquivo

O acordo do setor de transporte marítimo
Os 170 países estabeleceram uma meta ousada: reduzir em 50% suas emissões do gás causador do efeito estufa, o dióxido de carbono, em relação aos níveis de 2008. E ainda, a expansão desta ação para 100% até o fim deste século. Kitack Lim, Secretário Geral da organização declarou:

" O texto pode não ser satisfatório para todos, mas representa um meio termo forte… neste contexto, acredito que este texto de compromisso é uma solução que deve ser capaz de manter todos a bordo…. um sinal forte para a indústria. E vocês, como Estados membros, estão lidando com isso com o mesmo compromisso que assumiram com o Acordo de Paris. "

O texto pode não ser satisfatório para todos, mas representa um meio termo forte… neste contexto, acredito que este texto de compromisso é uma solução que deve ser capaz de manter todos a bordo…. um sinal forte para a indústria. E vocês, como Estados membros, estão lidando com isso com o mesmo compromisso que assumiram com o Acordo de Paris.

A estratégia inicial foi adotada pelo Comitê de Proteção ao Meio Ambiente Marinho (MEPC) da IMO, durante sua 72ª sessão na sede da IMO em Londres, Reino Unido, e deverá ser revista até 2023.

O acordo do setor de transporte marítimo e os países em desenvolvimento
A IMO também está executando projetos de cooperação técnica global para apoiar a capacidade dos Estados, particularmente os Estados em desenvolvimento, de implementar e apoiar a eficiência energética no setor de transporte marítimo. O acordo prevê reduzir as emissões de CO2, como uma média entre as emissões internacionais, em pelo menos 40% até 2030, buscando esforços de 70% até 2050, em comparação com 2008.

Histórico
Em 2011, a IMO tornou-se o primeiro órgão internacional a adotar medidas obrigatórias de eficiência energética para todo um setor industrial com um conjunto de requisitos técnicos e operacionais para embarcações novas e existentes que entraram em vigor em 2013. Até 2025, os novos navios construídos serão 30% mais eficientes em energia do que os construídas em 2014.

Por que é importante este acordo?
Em primeiro lugar porque a IMO é a agência especializada das Nações Unidas responsável pela segurança e proteção dos navios e pela prevenção da poluição marinha. Em segundo, porque os navios em geral são uma enorme fonte de poluição. A frota mundial, calculada em 100 mil navios polui tanto quando a frota automobilística mundial, calculada em um bilhão de unidades. Além disso, o setor do turismo naval é o que mais cresce no mundo, sem falar na frota cargueira, responsável por mais de 80% do comércio mundial.

Diferença entre o combustível de automóveis, e o dos navios
Em matéria publicada em 2016 o jornal inglês The Guardian afirmava que “um grande navio de cruzeiros emite tanto CO2 como 83.678 carros; tantos óxidos de azoto como 421.153 automóveis; tantas partículas como um milhão de veículos; e tanto dióxido de enxofre como 376 milhões de carros.” Motivo da disparidade: automóveis usam combustível fóssil refinado mas, navios, não. Josiah Toepfer, engenheiro formado na Guarda-Costeira norte americana, explica:

" os grande navios queimam óleo pesado, combustível que não é muito refinado, tem alto teor de enxofre e produz uma grande quantidade de óxido de enxofre e compostos de óxido de azoto quando é queimado. Automóveis queimam uma gasolina altamente refinada que quase não produzem enxofre, e  óxidos de nitrogênio. "

os grande navios queimam óleo pesado, combustível que não é muito refinado, tem alto teor de enxofre e produz uma grande quantidade de óxido de enxofre e compostos de óxido de azoto quando é queimado. Automóveis queimam uma gasolina altamente refinada que quase não produzem enxofre, e  óxidos de nitrogênio.

Navios versus automóveis
Que este acordo sirva como exemplo para a indústria automobilística mundial, responsável por 15% das emissões de carbono em nível mundial, sem o qual jamais atingiremos as metas de Paris. Vários países já tomaram medidas importantes, entre eles a Alemanha que, em Outubro de 2016,  propôs e aprovou uma resolução que propõe a proibição interna total de motores a combustão até 2030. Fevereiro de 2017: a Noruega decidiu não apenas seguir mas também suplantar o exemplo alemão. A Índia segue o exemplo. O país pretende que a totalidade da frota será de veículos a tração elétrica até 2030. A França também fez seu plano: banir todos os veículos movidos a gasolina e a diesel num programa progressivo que deverá se completar em 2040. A Inglaterra, por seu lado, introduziu uma proibição total a partir de 2040.

Mas atenção, não bastam  acordos e intenções. É preciso fiscalização intensiva, tanto dos governos, como dos consumidores, para impedir fraudes das próprias montadoras, como a escandalosa fraude da Volkswagen,  multada em mais de US$ 20 bilhões de dólares nos Estados Unidos.

Avanços da indústria do transporte marítimo mundial
O setor sabe que causa grande poluição. Por isso a indústria naval marcha para a era dos rigorosos regulamentos ambientais e a economia de baixo carbono. Já existem navios bem mais limpos. Alguns usam energia eólica, outros experimentam espécies diferentes de velas, e há até os que experimentam navios elétricos.
 

Fonte: Agência Estado

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