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1917: a 1ª Greve Geral do País
terça-feira, 17 de outubro de 2017
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Em 2017 o Centro de Memória Sindical se dedicou a resgatar a história da Greve de 1917, considerada a 1ª Greve Geral do Brasil, e a produzir uma revista sobre o tema, a ser lançada em 23 de outubro no Dieese.
Mais do que relatar a greve, levantamos informações sobre a situação social em que viviam os trabalhadores e a situação internacional, marcada pela 1ª Guerra Mundial e pela Revolução Russa.
A revista aborda grandes fatos políticos, sociais e culturais de 1917, inclusive a criação da Vila Maria Zélia, primeira vila operária brasileira, também naquele ano. Assim, conversamos com especialistas num esforço não apenas de registrar, mas apresentar a questão a partir de uma visão atual. Quatro grandes entrevistas foram realizadas, com o jornalista José Luiz Del Roio, a historiadora Glaucia Fraccaro, o jornalista João Guilherme Vargas Netto e o historiador e professor Airton Fernandes.
À época, as relações de trabalho eram marcadas pelo emprego de mulheres e menores em larga escala, péssimas condições de trabalho e pela resistência dos empresários à concessão de benefícios mínimos ao proletariado, além do alto custo de vida e de toda a produção ser vendida para a Europa, então em guerra.
A situação só poderia resultar num grande embate entre trabalhadores e patrões, que envolveu toda a sociedade por cerca de um mês. O movimento atingiu dezenas de milhares de trabalhadores, de várias categorias.
A greve foi encerrada com a conquista de 20% de reajuste e promessas do governo da libertação dos presos durante o conflito e a fiscalização do trabalho de menores e mulheres. O evento revelou a urgência de um forte movimento do operariado.
Nestes 100 anos houve uma grande evolução nas condições de vida e trabalho, com a fundamental participação do movimento sindical. Embora a desigualdade social seja ainda um entrave para o desenvolvimento econômico e social do País, a situação atual não se compara à miséria que levou os trabalhadores à Greve de 1917. Mas lá estava o embrião da organização operária brasileira.
Milton Cavalo é presidente do Centro de Memória Sindical e tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco