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28 de abril! Vamos lutar por políticas de prevenção contra acidentes e mortes no trabalho
sexta-feira, 26 de abril de 2013
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No dia 28 de abril, Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho, o mundo discute o tema e as ocorrências registradas em vários países. Um estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho) indica que mais de dois milhões de pessoas morrem anualmente em consequência de doenças relacionadas ao trabalho. Entre as principais, estão as doenças pulmonares e, no Brasil, 6,6 milhões de trabalhadores estão expostos a substâncias tóxicas, como o silício.
Debatemos este assunto durante dois anos, os números impressionam, nos deixam indignados e cobramos medidas dos governos e patrões. Depois de muitos protestos feitos por nós – trabalhadores, dirigentes de sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais – temos regras para evitar que tantos companheiros sejam prejudicados. Eis que no dia 18 de Abril o Ministro do Trabalho Manoel Dias assinou a NR 36 (Norma Regulamentadora) dos Frigoríficos feita pela Comissão Tripartite, na qual nosso representante na comissão, Carlúcio Gomes da Rocha, assessorado pela Dra. Maria Lidia Vicente, médica perita do INSS, participaram ativamente.
A NR 36 estabelece pausa de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhadores, o que é uma medida salutar e preventiva que reivindicávamos e tornou realidade. O objetivo é reduzir a epidemia de acidentes e doenças profissionais que afetam trabalhadores do setor. Milhares serão beneficiados.
Sempre é bom lembrar que as empresas em conjunto com os trabalhadores podem e devem adotar medidas no local de trabalho para evitar acidentes. Devemos lutar por elas porque a prevenção é mais eficaz e custa menos que o tratamento de reabilitação.
Ao divulgar um estudo sobre as doenças relacionadas ao trabalho, a OIT afirma que a ausência de uma prevenção adequada das enfermidades profissionais tem profundo efeito negativo para o trabalhador afetado, para sua família e para a sociedade por causa do enorme custo gerado, especialmente pela perda de produtividade e sobrecarga dos sistemas de seguridade social. De acordo com a OIT, os países podem adotar medidas concretas para melhorar sua capacidade de prevenção nesta área.
No Estado de S. Paulo fundamos a ATRA (Associação em Defesa dos Trabalhadores do Ramo da Alimentação do Estado de S. Paulo Vitimadas por Acidentes e Moléstias Profissionais). Esta entidade é exclusiva da FETIASP (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de S. Paulo) e serve como instrumento em defesa das vítimas por acidentes e doença do trabalho.
Junto com os sindicatos filiados à Fetiasp, a Força Sindical (nossa central) e sindicatos de outras categorias, participamos de manifestações e protestos contra os acidentes e mortes. Realizamos uma panfletagem em estações do Metrô (dia 24 de abril) para esclarecer a população sobre o tema. Entendo que quanto mais a população tiver informações corretas sobre os acidentes e as mortes, mais força teremos para coibi-los.
Melquíades de Araujo,
Presidente da Feitasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de S. Paulo)