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A democracia não é refém do mercado
sexta-feira, 15 de junho de 2018
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Chega a ser irritante a forma com que a imprensa bajula o mercado e valoriza seu suposto papel no processo eleitoral. Para os órgãos da grande mídia, sem sustentação do mercado, nenhum candidato se viabiliza. Aliás, nem entra no jogo.
Essa postura é ruim, pois distorce o próprio conceito de democracia, que tem como esteio o cidadão e seu voto. Não há democracia, também, sem partidos representativos. Para o regime democrático, é salutar, ainda, que haja participação das entidades e movimentos sociais.
Por tudo isso, torna-se ainda muito mais oportuno e importante o documento lançado pelo movimento sindical, dia 6 – “Agenda prioritária da classe trabalhadora”. Com 22 propostas, a Agenda é claramente contrária ao projeto neoliberal, ao cobrar desenvolvimento, soberania, emprego e direitos.
O próximo passo da Força Sindical e demais Centrais é massificar junto às categorias o conteúdo da Agenda. Queremos que a classe trabalhadora empunhe a bandeira desenvolvimentista e não caia no canto de sereia dos candidatos neoliberais, tutelados pelo mercado. O primeiro dos 22 pontos da Agenda é claro: “Criar políticas, programas e ações imediatas para enfrentar o desemprego e o subemprego crescentes, que já atingem 28 milhões de trabalhadores”.
Nossa Agenda também será entregue a todos os candidatos a presidente de República, bem como a postulantes de outros cargos de peso, como governador, senador e deputado federal. Queremos que eles assumam compromisso com o desenvolvimento nacional e coloquem esse tema em seus programas de governo e propagandas eleitorais.
Tradição – Ao produzir um documento com propostas de interesses geral, que também fortalecem o papel do Estado nacional, a Agenda reafirma a responsabilidade do sindicalismo com os destinos da Nação. Saúdo também o Dieese, que ajudou a dar corpo e sentido claro ao conjunto de propostas e reivindicações da classe trabalhadora.
É hora dos trabalhadores ocuparem o espaço legítimo no debate e influir no rumo político-eleitoral deste ano. Se não fizermos isso, vem o mercado, enquadra os candidatos e passa com o trator por cima da própria democracia.
Violência – A Folha de S.Paulo publicou domingo (10) reportagem sobre o custo da violência. Veja: “Para cada jovem de 13 a 25 anos assassinado, o Brasil perde cerca de R$ 550 mil. Em 20 anos, esse custo supera R$ 450 bilhões”. Chocante, mas real. Pergunta: que solução para esse dramático problema terão nossos presidenciáveis?
Junto com isso, temos que ver na agenda dos candidatos uma solução com respeito à discriminação social e racial. Chega de tanta exploração dos negros nesse País. Diretos iguais para todos, com educação pública de qualidade.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação da Força Sindical
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
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Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com.br