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A ética no rádio
segunda-feira, 25 de março de 2013
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A palavra ética, muito usual nos dias atuais está se esvaindo e cedendo lugar a trasgos de baixarias, palavras de duplo sentido, procedimentos indignos, ou pérfidos, sórdidos e situações decorrentes de radialistas que esqueceram que o rádio foi programado para educar e não deseducar.
Por incrível que pareça a pornografia tornou-se banal no meio radiofônico de Fortaleza. O rádio deve ter uma linha de ação norteadora a todos os que têm compromisso com o microfone. Não só o repórter, redator, mas, principalmente o locutor, deve mensurar o que vai expor aos seus ouvintes.
O radialista, seja qual for o seu campo de atuação, tem o dever de cultivar a precisão, a clareza, a objetividade, a seriedade. O que menos se vê em alguns programas de rádio aqui em Fortaleza é a seriedade, e quando se reclama, eles afirmam que o povão gosta.
O jornalista Armando Figueiredo diz que o radialista tem que ter plena noção de que milhões de brasileiros, nas áreas urbanas e rurais, dependem da massa de informações que lhes proporciona o rádio e que tão profundamente influi na sua formação, para criar juízos próprios e, assim, assumir e manter cidadania (qualidade ou estado de cidadão).
Mais do que uma bela voz o locutor tem que exercer a cidadania com ética e educação e esquecer os palavrões e as histórias de mau gosto e a banalização da pornografia. Fortaleza possui uma Associação de Ouvintes de Rádio (Aouvir), exercendo um papel preponderante na qualificação dos grandes programas e na escolha dos bons profissionais do rádio. Aqueles radialistas que se destacam são premiados com um diploma em sessão solene, na casa de Juvenal Galeno. É uma instituição séria composta por pessoas de boa índole, não remunerados, visto que trabalham com amor e dedicação, e com objetivo precípuo de obtermos um rádio de qualidade.
O poder de agressão não faz o gênero do radialista. Recentemente a Associação foi surpreendida por um festival de impropérios desferido por um radialista que trabalha na maior rede de radiodifusão do Ceará. Intrigou-nos o motivo de tais agressões, pois nosso grupo não procura fazer caçada às bruxas nem tem o intuito de perseguição, pelo contrário, nosso objetivo primordial é fazer e colaborar para que tenhamos um rádio de qualidade com profissionais competentes e que se destaquem fora da terrinha.
A informação sem preconceitos e sem ridicularização deve servir e interagir com respaldos jornalísticos no processo de comunicação. Os radialistas despreparados, entretanto estão chegando a limites insuportáveis, pois a bestialidade está se tornando tão banal que compromete não só a classe profissional como o próprio rádio na sua condição de meio de comunicação social.
Caríssimos senhores torcemos por um rádio de qualidade e queremos ver o progresso dos nossos meios de comunicação, mas do jeito que está à tendência é o declínio moral do rádio cearense. Deixamos a missão de moralização do rádio para os grandes radialistas que temos e pelo andar da carruagem iremos chegar à conclusão de que a comunicação radiofônica estacionou e os profissionais do passado faziam um rádio com mais amor e seriedade. A conotação de vendas de horários em estações de rádios vem interferindo negativamente na programação radiofônica. (http://www.carosouvintes.org.br).
E, em Ilhéus e Itabuna, como estamos? Temos sidos éticos e profissionais?
Elias Reis, presidente do Sindicato dos Radialistas de Ilhéus e discente do curso de direito da Faculdade de Ilhéus.