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A força da consciência
quarta-feira, 12 de junho de 2019
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O sindicalismo prepara forte Greve Geral para esta sexta, dia 14. Motivos não faltam. O mais importante deles é o combate à reforma neoliberal da Previdência, que agride direitos e, na prática, promove exclusão social. Também afronta a Constituição e a própria dignidade humana.
Penso que a Greve Geral não deve ser apenas momento de contestação e reivindicações. A meu ver, deve ser – do seu preparo à sua realização – uma tomada de consciência perante a conjuntura nacional, pois o Brasil vive grave crise. E o governo tenta jogar nas costas do povo o custo do ajuste fiscal.
Nossa reação, portanto, é natural. E legítima. Há meses, as Centrais Sindicais enviaram carta a Jair Bolsonaro solicitando audiência. As entidades queriam explicar ao presidente eleito qual a plataforma da classe trabalhadora para o crescimento do País, o emprego e a busca da paz social. Ele nem nos respondeu.
Os trabalhadores sequer sonham em obter privilégios. Nossa pauta é bastante básica, ou seja, queremos crescimento, emprego, renda, crédito em condições justas e que o Estado cumpra bem o seu papel nas questões de Saúde, Educação, Segurança e Habitação.
Pessoas da classe média, muitas vezes, olham para nossas mobilizações e nos criticam. Também tentam nos imputar influências partidárias. Essas influências existem, num regime democrático. Mas não têm peso na organização e nas metas de uma Greve Geral. Partidos e Sindicatos possuem dinâmicas diferentes.
Ao longo de minha vida de ativista político e dirigente sindical, participei de inúmeros protestos e greves. Sempre condenei radicalismos. Fazer pressão e tentar ganhar adesões, isso é legítimo. Mas entendo que os avanços são mais consistentes quando ocorrem por meio da conscientização.
Esperamos fazer uma greve forte e nacional, que rompa o muro da intolerância neoliberal frente às justas demandas dos trabalhadores, dos estudantes, dos educadores e dos movimentos sociais.
O trabalhador, na sua essência, é um construtor – de objetos, peças e máquinas. Portanto, o que queremos construir com essa greve é um ambiente de mais tolerância, de diálogo e de consenso em nosso País. Entenda nossa greve como um grito de alerta e um ato de consciência.
Se você puder nos apoiar, conscientemente, seremos muito gratos.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e secretário nacional de Formação da Força Sindical