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A hora é agora
sexta-feira, 13 de julho de 2018
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Sete centrais sindicais convocaram o dia nacional de luta e paralisações em 10 de agosto tendo como preocupação central a criação de empregos; a CSB e a CGTB não participaram da convocação.
O período a ser transcorrido até o dia nacional é um período em que as forças políticas se agitam e se organizam para a disputa eleitoral deste ano. Nele acontecerão as convenções partidárias que definirão candidatos, programas e alianças. Neste período também começam a se desenvolver as campanhas salariais de importantes categorias. A economia não deslancha e os trabalhadores não percebem melhora em sua situação.
Portanto é muito natural que se pergunte o que o movimento sindical deve fazer, agora, durante esses dias.
Em primeiro lugar, obviamente, deve-se preparar o sucesso unitário do dia nacional com sua pauta centrada na criação de empregos e com a diversidade das manifestações programadas, apesar das radicalizações políticas.
Também devem as categorias com datas-bases próximas preparar suas campanhas salariais que têm como eixo a resistência à aplicação da lei celerada e a garantia de reajustes e direitos.
Durante o período, como não poderia deixar de acontecer, as entidades devem continuar lutando para garantir sua existência, buscando recursos para tal. Um bom exemplo é a iniciativa da UGT que, com o apoio de grandes empresas, realiza o mutirão de empregos visando à sindicalização.
Mas a preocupação que tenho diz respeito à coordenação entre as atividades sindicais do período que vai até 10 de agosto e o andamento das campanhas partidárias a cargos majoritários e proporcionais, principalmente de deputados federais.
É verdade que temos aprovada a agenda prioritária da classe trabalhadora, com seus 22 itens. Mas, feito o balanço desde sua aprovação até hoje, predomina a sensação de que a aprovamos e a escondemos, não a apresentando e defendendo em todas as ocasiões em que isto fosse possível (assembleias, reuniões, entrevistas, visitas e recepções de pré-candidatos etc); acendemos a vela debaixo da mesa.
A única iniciativa sindical relevante no período, a ser elogiada, que procura relacionar nossa agenda com o desdobramento de uma campanha eleitoral é o Congresso Sindical do PDT que precede a própria convenção partidária. Os companheiros estão certos em assim agirem porque nas eleições se decidirão os rumos do país e o papel a ser desempenhado pelo movimento sindical. A hora é agora.
Por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical