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A importância do dia 22
quinta-feira, 21 de março de 2019
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Sem qualquer consulta às entidades do movimento sindical, o governo apresentou a PEC 06/2019, que muda radicalmente a Previdência e prejudica os trabalhadores, além de achatar a renda de viúvas e idosos pobres.
A Proposta de Emenda Constitucional já foi levada ao Congresso e o presidente Bolsonaro diz ter pressa em sua tramitação. O argumento é o de que, sem a reforma, a economia continuará na recessão porque os investidores só estariam aguardando a matéria ser aprovada para injetar bilhões em nossa economia.
Já ouvimos tantas vezes discursos assim. Na reforma trabalhista, Temer dizia que a flexibilização dos direitos daria fôlego à economia, haveria crescimento e forte geração de empregos. Nada disso ocorreu. A recessão continuou e os poucos empregos gerados são informais, com salários mais baixos e precarização do trabalho.
Diante da reforma da Previdência e de ameaças a direitos, o sindicalismo reagiu, pediu diálogo a Bolsonaro, argumentou que assunto dessa importância não pode ser decidido de forma arbitrária, mas nada adiantou. O governo tocou em frente e tenta convencer a população de que, para a Previdência melhorar, será preciso piorar bastante as condições dos segurados.
Em razão disso, as Centrais Sindicais e demais entidades marcaram protestos para a sexta, dia 22. E eles devem ocorrer em todo o País. Aqui em nossa base, vamos reunir trabalhadores em algumas fábricas, para explicar os riscos que a reforma da Previdência traz. Será um dia de manifestação e também de alerta.
O sindicalismo é uma força viva da sociedade. Não pode ficar omisso frente a assuntos de interesse da classe trabalhadora e da própria Nação. Nunca fomos contra reformas. Ao contrário: as bandeiras das reformas são nossas há décadas. Mas reformas que façam o País avançar e não que enfiem o Brasil no atoleiro do atraso e da exclusão.
Dia 22, nós vamos nos manifestar. Esperamos levar um forte alerta aos trabalhadores e a amplos setores sociais. A reforma da Previdência de Guedes/Bolsonaro pode ser boa para bancos e especuladores, que já fazem a conta de quanto vão lucrar com o regime de capitalização. Mas é um modelo que arrocha benefícios e promove a exclusão.
Fontes – O tema Previdência Social quase sempre é tratado superficialmente pela grande mídia. Porém, o cidadão deve buscar fontes mais seguras e confiáveis. Nesse sentido, indico os sites do Dieese, do Diap, da Anfip e a página do senador Paulo Paim no Facebook. Aliás, o Dieese criou uma calculadora que simula como ficarão as aposentadorias. Você baixa de graça esse aplicativo em seu micro ou celular.
Conheça mais e melhor as maldades da reforma previdenciária. Reaja. E apoie as forças sociais que combatem esse imenso retrocesso.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e secretário nacional de Formação da Força Sindical