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A inquietação dos trabalhadores
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
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Uma das provas da implicância da grande imprensa com o movimento sindical é dificuldade que tenho em selecionar uma reportagem, um artigo ou um comentário bem elaborado, justo e fundamentado quando o assunto é sindicato. São dois mundos (o da mídia e o sindical) que, infelizmente, não se tocam com simpatia.
Abro uma exceção para o artigo de André Singer do dia 25 de fevereiro na Folha de São Paulo que foi reproduzido em vários veículos da imprensa sindical e tem o título: “De volta às ruas”.
Ao anunciar a Marcha das Centrais Sindicais unidas à Brasília, o articulista destaca a existência, para o movimento sindical, de questões em que os interesses dos trabalhadores diferem dos interesses empresariais e, às vezes, de medidas do governo, exigindo mobilização e luta que expressem “a inquietação que vem do chão da fábrica”.
Nada mais correto e apresento aqui dois exemplos recentes. Na medida provisória dos portos: houve uma subestimação dos interesses e direitos estabelecidos dos trabalhadores portuários e de suas diferentes entidades. A articulação habilidosa do movimento de protesto pelo deputado Paulinho da Força levou o governo e as direções parlamentares a aceitarem negociações sérias e responsáveis sobre o tema que alimenta, como é sabido, conflitos empresariais fortes e poderosos.
Já a injusta correção a menor dos valores do seguro-desemprego para os benefícios superiores ao salário mínimo, que penaliza a “minoria” de dois milhões de trabalhadores, teve pronta reação contrária dos diretores sindicais, do CODEFAT; se eles não protestassem quem defenderia os desempregados?
João Guilherme Cargas Neto, consultor sindical