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A luta deve continuar
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
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Quando eu publiquei na revista Linha Direta do Sintetel, de dezembro de 2010, “O Dodecálogo” com as tarefas para o movimento sindical aproveitar a fase boa da economia e da política tropecei logo na segunda.
Nesta eu dizia: “Reafirmar a política de valorização do salário mínimo garantindo desde já o último grande reajuste do governo Lula”.
Subestimei os rentistas e os fiscalistas, subestimei o peso dos preconceitos, subestimei o calendário e subestimei as dificuldades da transição.
O último grande reajuste do governo Lula transformou-se no exíguo primeiro reajuste pretendido do governo Dilma e sobre ele pesou a nuvem conservadora que encobre o começo do mandato, os “Três Italianos da Economia” (Palocci, Mantega e Tombini) e os meios de comunicação.
E, no entanto continuo considerando essencial para o desenvolvimento econômico a continuidade de fortes reajustes para o salário mínimo. O cumprimento dessa tarefa tornou-se mais complicado e, com a mudança do governo, exige posturas novas do movimento sindical para consquistarmos a Justiça e garantirmos o acerto econômico.
A luta pelo avanço do salário mínimo é a pedra de toque sindical da luta pelo desenvolvimento. Uma derrota ou um desfalecimento agora, poderão significar amanhã perdas de salários e perdas de empregos, se a trindade econômica conseguir dar um cavalo de pau e frear a economia.
É preciso manter a unidade das centrais e garantir negociações responsáveis entre elas e o governo e os partidos no Congresso Nacional. Até mesmo porque, relembremos, desde dezembro de 2009 a Medida Provisória 474 previa, para março de 2011, a discussão e aprovação no Congresso das fórmulas capazes de garantir o avanço do salário mínimo até 2023, em três etapas de quatro anos cada uma, aproximando seu valor dos preceitos constitucionais.
Insistir na política de fortes aumentos do salário mínimo é investir na orientação estratégica que nos garantiu o crescimento dos últimos anos e nos fez vencer a crise externa.
Sem bravatas e sem ilusões e sem subestimar o peso dos adversários (que não são donas de casa preocupadas com o salário de suas empregadas domésticas) devemos continuar nossa luta que precisa, superado esse embate, concentrar-se fortemente em combater a tendência da trindade econômica de aumentar os juros, restringir o crédito e enxugar os gastos públicos.
João Guilherme Vargas Neto, Assessor Sindical