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A luta pelo salário mínimo e aposentadorias
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
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Os trabalhadores brasileiros estão de parabéns este ano porque o resultado das campanhas salariais foi satisfatório. A grande maioria das categorias conquistou aumento real de salários, tendo como conseqüência uma melhora nas condições devida. Além disso, reelegeram o companheiro Paulinho para a Câmara dos Deputados, assim como participaram ativamente da campanha eleitoral que elegeu Dilma Rousseff para a presidência do Brasil.
Terminado o período dos festejos políticos, precisamos abrir os olhos para três randes desafios a enfrentar. O primeiro se refere ao reajuste do salário mínimo para 2011: o segundo está relacionado ao aumento das aposentadorias cujos valores ultrapassam o mínimo; e o terceiro desafio aponta para a difícil tarefa de reajustar a tabela do Imposto de Renda.
Estou convencido que pelos sinais emitidos por integrantes do atual governo e pela equipe de transição de Dilma Rousseff, todos eles contrários às nossas reivindicações, teremos de sair às ruas para promover manifestações de protesto, atos públicos, carreatas e até paralisações de empresas com o propósito de pressionar o governo a aceitar o reajuste do valor do salário mínimo de R$ 520 para R$ 580.
Falta sensibilidade
Os ministros da área econômico têm afirmado constantemente que podem chegar no máximo a R$ 540. Trata-se de falta de sensibilidade de um governo que se notabilizou justamente por ouvir, negociar e implementar as propostas formuladas pelos trabalhadores e por suas entidades sindicais.
Apesar de o acordo da recuperação do mínimo firmado entre governo e centrais sindicais prover um reajuste sem aumento real por conta do PIB ruim de 2009, estamos convencidos que há espaço para um salário melhor porque a economia vai bem e deverá crescer em torno de 7,5%.
A propósito, o mínimo pleiteado (R$ 580) faz parte de uma emenda d deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, à proposta orçamentária da União para 2011, junto com a reivindicação de aumento de 9,1% para os aposentados com vencimentos acima de um salário mínimo.
Tabela do IR
Outra luta importante é o reajuste da tabela do IR. As mudanças são necessárias porque quase todas as categorias profissionais conquistaram aumentos de salário que variam de 7% a 9% no Brasil, o que levou muitos trabalhadores a mudar de faixa enquanto outros passaram a contribuir para a Receita Federal. Ao que tudo indica, teremos de por o povo nas ruas de novo para sensibilizar o governo federal a aceitar o nosso pleito.
Acreditamos, no entanto, na possibilidade de um acordo porque a presidenta se comprometeu a erradicar a miséria do país durante a campanha eleitoral, ampliando os investimentos nas áreas sociais, nas políticas de transferência de renda e na valorização do trabalho. Para isso, terá de aumentar o salário mínimo e o valor das aposentadorias.
Miguel Torres,
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes