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A necessidade do metrô
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
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‘Nas últimas semanas, cresceu a movimentação política e popular por metrô em Guarulhos. Considero o movimento necessário, mas ressalto que demorou muito a acontecer.
O metrô chegou muito tarde ao Brasil, com décadas de atraso. Só nos anos 70 é que começou a ser implantado, e numa única linha, ligando Zonas Norte e Sul de São Paulo, excluindo, portanto, a área mais populosa de então, e de maior concentração trabalhadora, que era a Zona Leste. Vale lembrar que a Cidade do México começou a construir metrô na mesma época e hoje tem uma extensão de linhas cinco vezes maior do que a paulistana.
Na época da ditadura, o planejamento urbano era contaminado pela visão tecnocrata. O metrô foi concebido assim. Prova isso a inexistência de ligação com o aeroporto de Congonhas. E, anos depois, com a construção do aeroporto de Cumbica, o regime militar não pensou em trens de passageiros e de cargas. Esse erro prejudica toda a região, devido ao congestionamento brutal na marginal Tietê e Via Dutra.
Quando me candidatei a deputado estadual, em 2010, uma das bandeiras de campanha foi metrô em Guarulhos. Nas andanças pelos bairros, ouvi muito essa reivindicação, como também outras ligadas à falta de mobilidade urbana na cidade e região. Vi que a chegada do metrô era um desejo geral da população.
Na moderna economia capitalista, o transporte de pessoas e de cargas é absolutamente fundamental e seu custo tem impacto direto na competitividade das empresas e qualidade de vida das pessoas. Por essa razão, os países mais avançados, que planejam suas economias e modo de vida, investem maciçamente em transporte. Principalmente, no transporte sobre trilhos.
Faço, por fim, uma observação sobre o debate político, que é inevitável na mobilização em prol do metrô. Mas observo que a luta para garantir esse bem a Guarulhos deve ser suprapartidária. O interesse público passa pela questão política. Mas não é ela que deve dar a linha e alimentar os discursos. Acima de tudo está o direito do cidadão ao transporte público de qualidade.
Siemens – Estourou, recentemente, o escândalo denunciado pela própria Siemens de que empresas formaram cartel e fraudaram licitações no metrô e na CPTM. A denúncia foi feita pela própria Siemens ao Cade, que tem poderes para apurar. O que extrapolar o Cade e for do âmbito da Justiça deve ser investigado, com rigor. Se houver malfeitos comprovados e participação de gente do governo, a Polícia e o Judiciário saberão o que fazer’.
José Pereira dos Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região