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A quem interessa a Reforma da Previdência?
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
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De geração em geração crescemos escutando a mentira de que a Previdência Social é deficitária, dá prejuízo e que, com o passar do tempo, afundará o país em uma crise sem precedentes. Muita gente não tem a menor ideia, mas a verdade é que a Previdência faz parte da Seguridade Social, garantida na Constituição de 1988 e possui sete fontes de receitas, que garantem sua sustentabilidade e não se limitam às contribuições do trabalhador e do empregador. No entanto, setores interessados na Previdência e seu montante de dinheiro, na ânsia de instaurarem o colapso e o pânico na sociedade chegam a inventar números imensos, inimagináveis para a maioria da população, como o caso da notícia propagada de que se o sistema previdenciário não for reformulado o Brasil terá que arcar com um custo de R$ 1 trilhão.
Com essa prática do terror seguem pavimentando, com o asfalto da mentira, o caminho necessário para que, no futuro, seja praticamente obrigatório o cidadão pagar um plano privado para garantir um sustento na velhice. E, se isso acontecer, quem lucraria com isso? A quem interessa a “reforma” da Previdência?Esse processo não é novo. Observe que já aconteceu com o sucateamento da educação pública, que antigamente era de excelente qualidade, mas agora os pais, para proporcionar uma educação decente aos seus filhos, têm de pagar uma escola particular. O mesmo se dá no sistema de saúde pública que, apesar de existir, praticamente não funciona, forçando assim os brasileiros a contratarem planos particulares para não morrerem nos corredores dos hospitais. Com a Previdência Social também estão fazendo isso. Sob o bonito nome de “reforma”, de fato, possíveis medidas poderão sucateá-la até que o sistema comece a dar prejuízo, o que seria um grande mote para a supressão dos direitos ou até mesmo a privatização.
Diante de tanta coisa que já presenciamos os governos fazerem com o dinheiro e os direitos do povo, fica a pergunta: – Quem garante que essa “reforma” não esconde um processo para dilapidar o sistema previdenciário brasileiro, de modo gradativo e silente, para que nas próximas décadas esse setor não se transforme em mais um produto valioso a ser comercializado pelo mercado financeiro?O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical compreende a necessidade de ajustes pontuais do sistema previdenciário; porém, de forma que os setores da sociedade e o movimento sindical participem para assegurar os direitos de quem já se encerrou seu ciclo laboral e também dos milhões de trabalhadores que estão na ativa e um dia terão de sobreviver com a renda da sua aposentadoria.
Carlos Ortiz, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical
João Inocentini, presidente licenciado do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical