O governo anterior isolou internacionalmente o Brasil. Pior, privilegiou relações com governantes e grupos de extrema direita que são claramente contra a democracia. Como os alucinados seguidores de Donald Trump.
Mais que isso. Incentivou a devastação ambiental e o garimpo ilegal em terras indígenas, num momento em que o mundo pede desenvolvimento sustentável. Ou seja, clama por crescer sem destruir a natureza.
Lula deu um cavalo de pau nessa política troglodita. Tanto assim que sua conversa com o presidente Joe Biden teve três eixos: 1) Defesa da democracia; 2) Combate à má distribuição de renda; 3) Preservação da natureza. Esses pontos foram formalizados em Carta conjunta Lula-Biden.
A verdade é que o ex-metalúrgico foi recebido na maior potência do planeta como um dos grandes estadistas da atualidade. Veja: enquanto ele se movia sob os holofotes do mundo, Bolsonaro seguia entocado na Flórida com meia dúzia de fanáticos.
A viagem de Lula aos Estados Unidos foi certa, na hora certa e ao país certo. Historicamente, os EUA são o principal parceiro comercial do Brasil e possuem interesse em fazer grandes investimentos no setor produtivo em nosso País. Sem falar na ajuda ao Fundo Amazônia.
O Brasil tem tradição diplomática exemplar. Nós nos relacionamos com todas as nações. Nós sempre praticamos a multilateralidade, mesmo na ditadura – basta dizer que o general Geisel foi o primeiro governante a reconhecer o novo governo revolucionário de Angola, em 1975.
Mas Lula não está só cuidando da questão internacional. Aqui, ele adota medidas importantes na economia, restaura políticas de inclusão social, socorre o povo yanomami, debate com empresários e trabalhadores, se reúne com catadores de papel, remodela o Minha Casa, Minha Vida e manda retomar obras paradas. Mais obras, mais empregos.
O sindicalismo apoia Lula e reconhece seu esforço. Mas nós temos a nossa pauta, aprovada na Conclat em abril passado. Destaco aqui três pontos: 1) Aumento real para o salário mínimo; 2) Redução do imposto de renda sobre o salário; 3) Reconstrução do Ministério do Trabalho. Nossa pauta é legítima. Seguiremos em busca de nossas reivindicações.
O movimento sindical, partidos progressistas e economistas desenvolvimentistas estão batendo nos juros altos – a Selic está a 13,75%, tornando o juro real brasileiro o mais alto do mundo. Não defendemos um cavalo de pau na política monetária, mas mudanças que tornem os juros mais baixos e barateiem o crédito pra pessoas físicas e setor produtivo.
As finanças sindicais foram sangradas por Temer e Bolsonaro. Ainda assim, nosso Sindicato está conseguindo instalar placas de energia solar em todos os nossos imóveis. Ou seja, energia limpa, preservação da natureza e mais qualidade de vida.
Josinaldo José de Barros (Cabeça), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região