A Constituição de 1988 ampliou o acesso dos brasileiros aos serviços públicos. Um dos avanços mais importantes foi a criação do Sistema Único de Saúde, o SUS.
Antes de existir o Sistema Único como era? Era assim: o trabalhador com Carteira assinada recorria aos serviços médicos do INPS. Caso perdesse o emprego, perdia também o acesso ao atendimento.
O desempregado, evidentemente, não era atendido pelo INPS. O menor, que ainda não havia entrado no mercado do trabalho, também dependia de alguns poucos postos médicos ou Santas Casas.
Quem tinha mais dinheiro pagava pelo atendimento particular, fossem consultas, cirurgias ou mesmo internações.
Felizmente, o SUS mudou tudo, ou seja, universalizou o atendimento médico. Por exemplo: todo transplante, ainda que seja feito pelo hospital mais sofisticado, é coberto pelo SUS. Todo tratamento de câncer também tem a cobertura do Sistema. Por ser nacional, o SUS movimenta uma fabulosa quantia de dinheiro, recursos e equipamentos.
Por tudo isso, o SUS entrou na mira da medicina privada. A grande mídia colaborou, fazendo verdadeiras campanhas contra a saúde pública. A mesma mídia que denunciava problemas no SUS recebia gordos anúncios publicitários dos planos privados.
Não tenho nada contra esses planos, até porque eles, quando atuam dentro da lei, complementam o atendimento à saúde dos brasileiros e, de certa forma, ajudam a desafogar rede pública.
O problema não é esse. O problema é a terceirização, como vimos acontecer em Guarulhos. Na terceirização, o prefeito contrata as chamadas Organizações Sociais (OSs) para, supostamente, melhorar os serviços.
Ocorre que essas Organizações em nada melhoram o atendimento. Elas são fonte permanente de negociata, estimulam a corrupção em contratos lesivos aos cofres públicos, exploram os empregados, dão calote nos médicos, sonegam exames, enfim, agem como abutres da saúde.
Nesta segunda-feira, o prefeito Guti baixou intervenção em dois hospitais da cidade, onde a terceirização deita e rola. O prefeito fez bem, mas vale lembrar que foi Guti quem trouxe a Gerir pra Guarulhos e abriu mercado a outros abutres, que atendem muito mal os cidadãos.
Sindicato – Ainda na segunda (22), o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais – Stap – publicou Nota com duras críticas ao prefeito, dizendo: “A culpa é do Guti”. Saúdo o Sindicato pela atitude tomada e digo: conte com os Metalúrgicos nessa luta cívica e humanitária.
A saúde humana não é mercadoria. A rede pública municipal deve ser tocada por Servidores concursados, pois o concursado tem compromisso com a saúde e não com os abutres.
Josinaldo José de Barros (Cabeça)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região