Em uma semana tumultuada e preocupante a vitória dos metroviários e das metroviárias de São Paulo é o ponto alto da conjuntura.
Reivindicando o pagamento de um abono devido e outras vantagens postergadas o sindicato soube unificar a categoria e conduzi-la de maneira efetiva em uma greve de dois dias que provocou um bate-cabeças entre o governador e a direção do Metrô.
Ambos, o governador e a direção, não se entenderam sobre uma orientação de liberar as catracas, com idas e vindas contraditórias, enquanto o sindicato e os trabalhadores em greve prepararam-se para garantir os melhores procedimentos operacionais em quaisquer das situações.
Estes comportamentos, erráticos do lado patronal e do governo e firmes e consequentes do sindicato e dos trabalhadores sensibilizaram a própria Justiça do Trabalho e, no fim das contas, garantiram a vitória da greve, reconhecida em carta do Metrô no dia 24 para a presidente do sindicato.
Quero elogiar o comportamento da direção sindical e da presidente Camila Lisboa, operadora de estação, que na preparação da greve e em sua condução tiveram sempre o apoio entusiástico dos trabalhadores e os ouviram em suas assembleias representativas com discussões francas e resultados acatados.
Esta foi a primeira greve enfrentada pelo novo governador paulista e a primeira conduzida pela nova direção sindical, eleita recentemente em um pleito democrático bastante disputado.
A população paulistana, prejudicada, é óbvio, pela paralisação não se indispôs contra os grevistas, reconhecendo a justeza de suas reivindicações e a necessidade de sua ação contundente.
João Guilherme Vargas Netto – consultor de entidades sindicais de trabalhadores