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Agora é cada um por todos
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
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O ano de 2017 não foi fácil para o maioria dos brasileiros, mas se desenhou ainda pior para a classe trabalhadora. Para as organizações sindicais, o ano de 2018 será, portanto, de definições no que se refere à sua principal missão, de preservar direitos sociais e fazer avançar a luta por conquistas, ante os inúmeros desvios que conspiram contra esse objetivo. Um deles, talvez o mais resistente, é a Reforma Trabalhista, cuja real motivação sempre foi a de abrir espaço para a eliminação da totalidade de direitos da classe operária, e mantê-la afastada dos sindicatos.
Disso se depreende que a capacidade negocial das entidades frente às Convenções Coletivas é tema que certamente renderá muita discussão e olhar histórico. São inúmeros os questionamentos e as dúvidas que cercam a Lei 13.467. Porém, é ponto comum entre diversos e renomados nomes da Justiça do Trabalho a ideia de que a Reforma Trabalhista criou uma narrativa de risco ao patamar civilizatório mínimo, e agravo ao princípio da dignidade da pessoa humana. Tudo somado, é fato que defender que legados não sejam subtraídos pelos desdobramentos potenciais da medida, bem como garantir representatividade e sobrevivência, exigirá de sindicatos e Federações melhorar a efetividade de suas ações como um todo, mas, sobretudo, no que se refere ao trabalho de base. Nessa jornada, que se renova a cada dia, permanece essencial a construção de diálogo e de aproximação com o trabalhador do século XXI, para quem importa, principalmente, vivenciar de perto o cotidiano do seu sindicato, e também progredir naquilo em que se sabe não ser possível conseguir sozinho.
A tarefa urgente de resgatar capacidade de mobilizar com eficácia uma cooperação flexível e em grande escala é condizente com o escopo original do sindicalismo, e encontra eco na realidade do país, reveladora de que o governo tem falhado consistentemente em promover crescimento econômico e em reduzir a desigualdade social. Mudar esse conturbado cenário instalado nos obriga ao desafio – e à oportunidade – de reescrever a história e, assim, reimaginar o futuro. Feliz ano novo.
Luiz Arraes é presidente da Federação Estadual dos Frentistas (Fepospetro), secretário de Negociações Coletivas da Federação Nacional da categoria (Fenepospetro), Tesoureiro do Sinpospetro de Osasco/ SP e diretor de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC).