Imagem do dia
Enviar link da notícia por e-mail
Artigos
Água e aquecimento global
quinta-feira, 18 de março de 2010
Artigos
Em 22 de março comemora-se o Dia Mundial da Água. Trata-se de uma oportunidade muito justa para refletir sobre o maior bem natural do Planeta Terra. Como a própria data sugere, a preocupação com esse recurso não pode ser só de alguns países ou segmentos da sociedade. Manter nossos mananciais, aqüíferos e mares o mais saudáveis possível é obrigação. Dentro de um contexto mundial de necessidade urgente por um desenvolvimento sustentável, a água é protagonista. E, tristemente, o antagonista dessa história é o próprio homem. Aliás, todo o equilíbrio natural do planeta está em nossas mãos, e por isso nossa responsabilidade é única e enorme.
Talvez seja ‘chover no molhado’ comentar todas as funções do H2O. Tomo como exemplo então o caso brasileiro. Nosso país é o que tem a maior quantidade de água doce no mundo, como já comentei em outro artigo. Doze por cento das reservas do planeta estão aqui. Temos também um litoral vasto, o que nos dá a obrigação de cuidar da qualidade dos nossos mares, que igualmente abrigam vida animal e vegetal.
Nas águas salgadas, assim como nas doces, estão algas que produzem grande parte do oxigênio que respiramos. Quando esse ambiente é poluído, corremos o risco de ter fenômenos como a maré vermelha, que é o acúmulo de toxinas provocadas pela alga, podendo causar vários prejuízos ambientais e financeiros. Se o ecossistema do mar é prejudicado, o desequilíbrio natural certamente nos afeta. As aves migram em outras épocas, os peixes morrem ou migram também, a alimentação naquele ambiente fica prejudicada e quem vive da exploração do mar sofre as conseqüências. Sem contar que o aquecimento global, provocado em grande parte pela emissão exagerada de gás carbônico, vai mudando as condições de vida das pessoas, vivam em áreas litorâneas ou não.
Nos últimos tempos temos ouvido e nos preocupado cada vez mais com os fenômenos dos mares. Além dos maremotos e tsunamis, atribuídos pela maioria da comunidade científica a abalos sísmicos, temos também o problema do derretimento de geleiras e aquecimento das águas, o que pode causar outros fenômenos como a formação de furacões que podem ser a raiz dos devastadores tornados, como os que acometeram parte do sul e sudeste do Brasil nos últimos tempos.
Se as águas oceânicas realmente se aquecerem e se elevarem a ponto de submergirem cidades, teremos um impacto ambiental ainda maior. E se as chuvas aumentarem por conseqüência do aquecimento global, que afeta a temperatura das águas oceânicas, provocando tempestades devastadoras, teremos um quadro caótico futuramente, seja no litoral, grandes centros urbanos ou no interior.
Não nos enganemos, portanto, quanto à necessidade de preservar a qualidade da água salgada no mundo. O desequilíbrio ambiental é um ciclo que compreende a vida subaquática (seja de mares ou rios) e terrestre. E cidadãos urbanos ou da zona rural, no litoral ou interior, sofrem sim as conseqüências quando poluem e contribuem para o aquecimento dos oceanos. É preciso pensar e agir contra isso. Afinal, como temos visto e sentido, é muito mais benéfico trabalhar com as causas do aquecimento global do que com suas conseqüências.
Braz Albertini é presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São e produtor rural