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Aids, um outro olhar…
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
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Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde mostra que o preconceito em relação às pessoas com AIDS persiste. O levantamento foi feito com oito mil pessoas, de todas as regiões do país e apontou discriminação até mesmo em família.
Do total de entrevistados, 19% opinaram que a pessoa com Aids não deve ser cuidada em casa; 22,5% disseram que não comprariam legumes ou verduras em um local onde trabalha um funcionário com HIV; 13% afirmaram que uma professora com Aids não pode dar aulas em qualquer escola. Os dados completos da pesquisa serão divulgados apenas em fevereiro.
Com relação a isso, não podemos esquecer que uma doença é mais que uma desordem do corpo. Além, das questões médicas temos que levar em consideração questões de ordem social e psicológica. Quando propomos uma campanha contra Aids, temos que ter em mente não somente os aspectos relativos à conscientização das formas de contágio, mas acima de tudo, observar questões mais amplas, que dizem respeito a qualidade de vida pautada em diversos aspectos, tais como uma vida livre de preconceitos e uma vida em que é possível uma sexualidade saudável. O que seria isso então? Ao informar sobre uma doença, como no caso da AIDS, precisamos primeiro desmistificar noções preconcebidas, que são muitas vezes os pilares de muitos preconceitos.
Assim, o foco deve ser informar de forma clara e provocadora, no sentido de não trazer conceitos definitivos, e sem perder de vista que os grupos de risco não existem. Lembremos dos homossexuais que foram os primeiros a entrar em evidência, depois falou-se em mulheres casadas e agora, se fala na terceira idade como grupo de risco. O que existe na verdade é uma sexualidade em construção que se ajusta a realidade de uma ‘doença’ que não escolhe classe social nem opção sexual.
Um exemplo são as novas ‘formas’ de sexualidade, que surgem, com as possibilidades recentes na área médica (surgimento do Viagra, por exemplo) e as novas formas de sociabilidade. A terceira idade, com a mudança da convivência e a abertura saudável para uma vida sexual ativa, com novos parceiros, tem que enfrentar junto a isso novas questões, dentre elas a AIDS e o uso de preservativos, sem perder de vista que a cura não existe, existe apenas a PREVENÇÃO!
Helena Ribeiro da Silva é presidente do SEAAC de Americana e região