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Alerta geral
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
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Algumas declarações recentes de importantes políticos nos levam a concluir que se a nossa democracia não for reativada, o futuro imediato poderá reservar surpresas desagradáveis.
“O partido cometeu erros memoráveis. O primeiro foi questionar o resultado eleitoral. Não é da nossa historia e do nosso perfil. Não questionamos as instituições. Respeitamos a democracia”.
“O segundo erro foi votar contra princípios básicos, sobretudo na economia, só para ser contra o PT. Mas o grande erro, e boa parte do PSDB se opôs a isso, foi entrar no governo Temer”.
Os dois parágrafos acima são do presidente do instituto Teotônio Vilela, órgão de formação política do PSDB, Tasso Jereissati, senador pelo Ceará.
Aqui, Jair Bolsonaro: “A grande preocupação não é perder no voto. É perder na fraude. Essa possibilidade de fraude no segundo turno, talvez até no primeiro, é concreta”.
De seu candidato a vice, Hamilton Mourão: “Uma constituinte, como a de 1987, não é o caso. Foi um erro que nós cometemos no passado, um congresso constituinte”.
“É melhor uma comissão de notáveis e submeter o processo a plebiscito para a população aprovar”, disse o general, para espanto dos que defendem a democracia.
Agora, digo eu: se o processo eleitoral é livre, transparente e fiscalizado, os candidatos não devem aceitar o resultado final, ganhando ou perdendo?
Se o PSDB não aceitou a derrota em 2014, e levou o Brasil a esse caos político que vivemos, com o regime Temer, o que podemos esperar dessa gente em outras oportunidades?
Se a chapa líder das pesquisas presidenciais diz que se não for eleita terá havido fraude, nos levando a um caos maior, o que podemos esperar para o Brasil?
E se a dupla Bolsonaro Mourão for eleita e resolver redigir uma constituição, sabe-se lá de que forma, outorgada, como já aconteceu em nossa história republicana?
Bolsonaro não é o único a levantar a possibilidade de fraude. Gente séria, como o senador Roberto Requião (MDB-PR), também é cético quanto a isso.
Lembram da briga de Brizola com a Proconsult?
Só nos resta torcer e fiscalizar para que as eleições sejam sérias e transparentes. Que tudo transcorra na paz e que os eleitos tomem posse como se vivêssemos numa democracia.
Zoel é professor, formado em sociologia e diretor financeiro do Sindserv (sindicato dos servidores municipais) Guarujá