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As Mulheres que Lutam
sexta-feira, 6 de março de 2015
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Desde março de 1857, quando operárias de uma fábrica foram queimadas vivas ao lutarem por seus direitos, como a redução na carga diária de trabalho, salários iguais e tratamento digno, as mulheres buscam um mundo mais justo e igualitário no mercado de trabalho e fora dele. É indiscutível que ocorreram mudanças importantes durante as décadas, porém, não houve o avanço necessário, ou melhor, a mudança fundamental; em parte, porque a grande massa não entende que as mulheres e os homens possuem os mesmo direitos e deveres, mas principalmente os direitos, que mesmo defendidos pela Constituição Federal (Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza) ainda são ignorados quando o assunto é ‘mulher’.
Atualmente as mulheres precisam a todo custo manter o que já foi conquistado e simultaneamente, continuar lutando por seus direitos. Manifestações de descontentamento, projetos encaminhados ao poder público, divulgação em mídias e redes sociais, e qualquer que seja o meio de comunicação e instrumento de luta usado, o governo e até mesmo a sociedade tentam manipular e atravancar qualquer possibilidade de igualdade de direito, raça, credo ou classe social.
No Brasil, a luta é contra as MP’s 664 e 665 que de acordo com o governo visam diminuir as fraudes, mas que na verdade, retiram o direito do trabalhador e agrava a situação das trabalhadoras. Regras mais rígidas para o seguro desemprego, pensão morte, abono salarial, prejudicam a todos, mas não podemos ignorar o fato de que as mulheres recebem 30% a menos de salário que os homens, e quando se aposentam perdem mais 40% do fator previdenciário, e somente analisando estes fatores, claramente as medidas afetam mais as mulheres, isso sem levar em consideração a violência acometida à elas, a desigualdade explícita em todos os setores, o assédio moral e sexual dentre outras.
Ser mulher, ser jovem, ser negra, trabalhar ou não, independente de classificação, nossos poucos direitos estão sendo feridos, dificultando ainda mais nossas lutas já tão sofridas. Não podemos permitir que isso continue, não podemos assistir o nosso presente sendo transformado por aqueles que não entendem que todos somos iguais, é preciso lutar mais, sofrer mais se for necessário, mas que o nosso objetivo seja o mesmo, construir uma sociedade justa.
Maria Auxiliadora dos Santos