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Atrás do balcão também bate um coração
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
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Poucos sabem, mas comerciários sofrem com as doenças do trabalho
Diz o ditado popular: “A cada dia, sua pena e sua esperança”. Enquanto dirigentes sindicais nós acreditamos, piamente, neste provérbio. Ao movimento sindical comerciário cabe valorizar, ainda mais, a citação. Afinal, mesmo no exercício de mandatos praticados e baseados em planejamentos estratégicos, surgem, como sempre, as situações inesperadas, que se apresentam como verdadeiros desafios que, em alguns casos, poderiam ser tratados como “acaso”.
Para o consumidor que frequenta shoppings, as tradicionais lojas de rua e afins, principalmente nas épocas de datas sazonais, como, agora, no final de ano, sequer imagina que às vezes, por detrás de um simpático sorriso há situações gravíssimas e preocupantes para o trabalhador e, por sua vez, ao Sindicato. Esta realidade, muito silenciosa, afeta diretamente as condições de trabalhado do comerciário e compromete sua saúde. Quando é dado o diagnósticos, equivocadamente, o “mal” é tratado como o há pouco citado “acaso”. Mas não é! Trata-se dos resultados das eventuais péssimas condições de trabalho as quais nossa categoria está submetida, física e mentalmente.
Mal silencioso
No que é previsível (nossa experiência já nos alerta para as irregularidades cometidas por alguns comerciantes), o Sindicato cumpre seu dever de apontar o problema e encontrar soluções. Sabe-se que grande parte da população desconhece o fato de os comerciários serem acometidos por doenças ocupacionais. Ou seja, as doenças do trabalho.
Elas podem ser geradas pelo excesso de jornada, desrespeito às folgas, desvios de função, trabalhar em pé e a pressão pelo cumprimento de metas, entre outras imposições desumanas cujo combate consta em nossas Convenções Coletivas.
Um avanço recente no sentido de combatermos veementemente estes desmandos é o fato de a Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputas, ter aprovado, por unanimidade a Regulamentação da Profissão de Comerciário. Com a nossa profissão regulamentadas vêm o fortalecimento da luta sindical e normas que regem o dia-a-dia da categoria, como, por exemplo, o excesso de jornada.
Quando se fala em acidente de trabalho, é quase que natural, remeter estas ocorrências, às fábricas, à construção civil, ao setor elétrico e outros. Entretanto, a dura realidade da maioria das lojas (cujos empregadores não investem em prevenção de acidentes) é dolorida, e muito dolorida, literalmente.
Os 12 milhões de comerciários e de comerciárias atuantes no Brasil compõem a categoria que mais trabalha no País: cerca de 52 horas semanais! Extrapolam, portanto, as oito horas diárias previstas na Constituição Federal, uma vez que a Carta estabelece a jornada semanal de trabalho de 44 horas.
Saúde e Segurança
Como não há efeito sem causa, advêm as varizes, problemas na coluna, dores lombares, tendinite e a temida depressão, mal responsável pelo afastamento de muitos trabalhadores do serviço. Sob este ponto, a postura de “fiscal” é desenvolvida pelos sindicalistas. E, registrados os problemas abrimos uma frente de discussão com os patrões.
Desses encontros com o movimento sindical comerciário do Estado de São Paulo, constatou-se a real necessidade de a Fecomerciários instalar um Departamento de Saúde e Segurança com atual estadual.
O futuro Departamento será ancorado na prevenção de acidentes e também terá atuação fiscalizatória, junto aos estabelecimentos comerciárias que nem sempre avisam, como determina o Ministério do Trabalho e Emprego, tais ocorrências, na chamada Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
O Departamento de Saúde e Segurança da Fecomerciários está se estruturando e sendo constituído por dirigentes e profissionais especializados no atendimento do comerciário e no diálogo com os empregadores.
É mais uma realização da Diretoria da Fecomerciários e dos seus 68 Sindicatos Filiados. Entraremos, portanto, em 2013 nos dedicando com afinco à criação desse novo Departamento que chega para defender e ampliar os sagrados direitos dos comerciários e das comerciárias, preservando, acima de tudo, suas integridades física e mental. Por fim desejamos a todos, companheiros e companheiras, um saudável 2013.
Luiz Carlos Motta
Presidente da Federação dos Empregados no Comércio do Estado de São Paulo (Fecomerciários) e tesoureiro da Força Sindical e da CNTC
Acesse nosso site: www.fecomerciarios.org.br