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Aumento real bem merecido
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
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Aumentar o poder aquisitivo dos trabalhadores geradistribuição de renda, aumento do consumo, crescimento econômico e melhorescondições de vida. Isso é positivo, embora parece queo governo não veja exatamente dessa maneira.
A economia cresceu 5,4% em 2007, a maioria das categoriasprofissionais teve aumento real de salário, houve alteração no salário mínimoque subiu 9,21% e o desemprego vem diminuindo sensivelmente. Isso fez aspessoas comprarem mais, as empresas também passaram a produzir mais. Apesardesse quadro positivo, a inflação voltou e começou justamente pelos preços dosalimentos. Mas isso é sazonal; alimentos têm o preço do dia, variam conforme aprodução.
Para combater a inflação, o Banco Central passou a aumentaros juros e dizer que os salários também geram inflação. Os trabalhadores nãoconcordam com esse ponto de vista. O que o BC tem de reconhecer é que não houveuma política direcionada ao estímulo da produção de alimentos. Só depois deperceber a volta da inflação é que o governo começou a falar em investimentosao pequeno produtor. Até então, o governo deu incentivos para as usinas deálcool e aos agricultores de cana-de-açúcar, entusiasmado pelo etanol.
Ora, se está havendo crescimento, se a população estácomprando mais, precisamos aumentar os bens que estão sendo consumidos, comoalimentos, por exemplo. Se não há comida suficiente para atender a demanda, ospreços inevitavelmente subirão, e isso vai contaminar outros setores daeconomia.
Os empresários usam todos esses argumentos comojustificativa para não dar aumento real de salário. Por isso, todas ascategorias profissionais têm de preparar muito bem suas campanhas salariais,pois, ao que tudo indica, enfrentaremos campanhas difíceis, mas nãoimpossíveis, para a conquista do aumento que os trabalhadores pretendem emerecem.
Se nesses tempos de crescimento as empresas tiveram aumentode produção, produtividade e lucro é justo que, agora,dividam com quem as produziu, seja em forma de aumento de salário, seja emoutros benefícios como segurança e saúde, alimentação, participação nos lucrose resultados e outros itens.
Ontem nos reunimos com 53 dirigentes desindicatos de nosso Estado e definimos a pauta que será submetida àsassembléias com cinco reivindicações básicas. São elas: 1) aumento salarial de20% (inflação do período mais produtividade da indústria); 2) ratificação daconvenção 158 da Organização Internacional do Trabalho contra a demissãoimotivada; 3) fim das terceirizações e do trabalho precário; 4) jornada de 40horas semanais sem redução salarial; 5) valorização do piso salarial.
O percentual de aumento de 20% foidefinido e demais itens da pauta foram baseadas em análises da atual situaçãoeconômica, da produção da indústria, do faturamento e das perdas dostrabalhadores.
O trabalhador tem todo o direito de reivindicar, lutar e conquistaraumento. Sem luta não há vitória. Os trabalhadores defendem seus interesses e édesta forma que vamos garantindo nosso espaço e nossas conquistas com sangue,suor e lágrimas.
Eleno José Bezerra – é presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e vice-presidenteda Força Sindical