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Aumentos reais
terça-feira, 28 de maio de 2013
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Se analisarmos os últimos anos constataremos um aparente paradoxo: os ganhos reais de salários têm crescido mais do que o PIB.
Com base no emprego crescente e formalizado e na política do salário mínimo o movimento sindical tem sabido reivindicar ganhos reais e garanti-los com campanhas, mobilizações e greves, quando se faz necessário. Os levamentos periódicos do Dieese têm confirmado essa tendência, apesar das dificuldades decorrentes da crise mundial, das pressões inflacionárias, das indefinições empresariais e do carnaval midiático dos rentistas.
Com esse crescimento, além de distribuir renda, tem aumentado a participação dos salários na economia, uma das tarefas estratégicas do movimento sindical.
Os nossos adversários começam a se açular contra esse crescimento, alegando a pressão inflacionária, a queda da produtividade e o esgotamento do modelo de desenvolvimento com crédito, consumo, emprego e renda salarial; querem juros mais altos e uma “recessãozinha”.
Quanto à pressão inflacionária, o crescimento salarial nos serviços é, para nós, desejável; mas os alarmistas da inflação querem, de verdade, eliminar a política de ganhos reais do salário mínimo que, diga-se de passagem, vigora até 2014.
Se o tomate é o vilão da inflação, o que ela tem a ver com salários?
Quanto à produtividade, um conceito elástico sobre o qual nem dois economistas gêmeos concordam, existe uma grande margem de manobra que deve ser enfrentada com qualificação, educação formal e próprio aprendizado no primeiro emprego.
As negociações salariais em curso têm garantido aumentos reais significativos. É preciso, em nome da justiça social e do desenvolvimento, persistir nessa estratégia que se combina com os pontos da pauta unitária dos trabalhadores, aprovada no Pacaembu e apresentada à sociedade na 7ª marcha de Brasília.
João Guilherme, consultor sindical