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Balanço e expectativas
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
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Depois de quase cinquenta textos curtos durante o ano, divulgados pelo Sintetel e reproduzidos em vários endereços eletrônicos (Agência Sindical, Diap, Vermelho, Força Sindical e Zé Dirceu, ao que eu saiba) é hora de suspender a série e descansarmos um pouco comemorando as festas.
O que aconteceu sindicalmente em 2011 foi muito positivo: o movimento vem recuperando, apoiado em conjunturas favoráveis, o seu protagonismo social e conquistou vitórias na frente salarial e na frente política.
Embora o crescimento do PIB em 2011 será a metade do ocorrido em 2010, a média dos aumentos reais de salários manteve-se praticamente a mesma durante os dois anos; aumentou, portanto, a participação dos salários na renda nacional e com isto fortaleceu-se o mercado interno, objetivos estratégicos da ação sindical.
O movimento foi protagonista na luta contra os juros altos e conseguiu, além de sua diminuição gradativa, o endosso da opinião pública para a necessidade de sua derrubada.
No Congresso Nacional, malgrado o estancamento de projetos importantes da pauta trabalhista (redução da jornada, fator previdenciário, terceirização) outros temas de interesse dos trabalhadores e da sociedade tiveram desfecho favorável e foram sancionados pela presidente Dilma (a lei do salário mínimo, que vai garantir um reajuste de 14% em 1º de janeiro de 2012, a correção da tabela do imposto de renda, o aviso prévio proporcional, a exigência da certidão negativa de débitos trabalhistas e o Pronatec).
Além do bloqueio congressual de temas relevantes, já apontado, alguns outros fatores prejudicaram o bom andamento do ano sindical: o esforço para quebrar a unidade de ação das centrais, a interferência de partidos com a intenção de aparelhar o movimento e a queda do ministro Lupi. Estes quatro fenômenos negativos não conseguiram empanar o brilho sindical do ano, mas são preocupantes em suas causas e consequências.
Em 2012, a grande tarefa ainda continua sendo o enfrentamento da crise externa que se projeta sobre o Brasil e a exigência de arbitragens precisas para garantir a continuidade da queda da taxa Selic, aumentos reais de salários, a qualificação produtivista e a retomada e reforço da unidade de ação – instrumento coletivo de avanço.
João Guilherme Vargas Neto, Consultor Sindical