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Bravatas e Bravura
sexta-feira, 16 de março de 2012
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Jogo de mídia ou jogo de interesses? Vejam o que está acontecendo, alguns veículos de comunicação estão alardeando através de artigos e notícias, que o governo terá uma série de dificuldade para cumprir sua meta de superávit primário. Já a palavra usada por membros da equipe econômica do governo, é “contingenciamento”.
Segundo o que foi e está sendo publicado, existe o risco do Planalto recorrer a “manobras contábeis” para bancar sua promessa de economia de gastos. Sendo necessário fazer um contingenciamento de R$ 55 bilhões para obter a meta de superávit primário ‘cheia’, sem o desconto dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os “especialistas” determinam que o governo faça uma significativa redução de gastos , junto ao PIB, garantindo ao mercado o declínio da dívida pública. Argumentam que em 2011, o governo só conseguiu atingir a prometida meta de superávit primário porque as receitas subiram de 18,7% do PIB para 19,8%.
Especulam que “despesas” como o pagamento de benefícios e abonos deve ser revisto. Lembram que em 2011, os gastos com benefícios previdenciários, abono e seguro-desemprego foram bem maiores do que o anunciado pelo governo no momento do corte. Apontam que o forte ritmo de formalização do mercado de trabalho, aliado à alta rotatividade da mão de obra e aos ganhos acima da inflação do salário mínimo nos últimos anos, está pressionando os gastos federais com o seguro-desemprego e o abono salarial. Sendo que a previsão do governo é de que as despesas com esses benefícios saltem de R$ 35,6 bilhões em 2012 para R$ 45,9 bilhões em 2014.
Ora, o que interessa para o povo é, se o governo está realmente comprometido com o desenvolvimento, pois, se ele descumpriu sua meta ou reduziu despesas e investimentos, junto à redução de estimativas de despesas obrigatórias, para fechar suas contas, o que se deve fazer é uma avaliação mais precisa, junto a condução de todo esse processo.
Isso não se trata somente de agradar a gregos e troianos, especuladores e investidores, ao capital e trabalho, mas sim, a garantia, de continuidade, a uma política seria de crescimento, junto a medidas e reformas conciliadoras de incentivo a produção e distribuição de renda.
Se existem bravatas, como chamar de gasto e despesas as verbas direcionadas para o pagamento de seguro desemprego e dos abonos salariais, como o PIS e PASEP, isso é uma grande irresponsabilidade.
Todos viram que nossa economia mudou e continua mudando. O dinheiro gira e a desigualdade declinou, sendo que hoje, muitos cidadãos de baixa renda conseguem acessar com um pouco mais de recursos o mercado consumidor, incentivando o ciclo produtivo, em beneficio de todo sistema econômico.
Se o governo pensa em dar ouvidos a críticos de políticas essenciais, como a valorização do salário mínimo, ele estará dando as costas a toda massa de trabalhadores que o elegeu.
Sim, queremos crescimento econômico, mas com critério e responsabilidade. Não precisamos resolver os problemas, com medidas recessivas e cortes de gasto. Saímos de uma crise e entramos noutra mais calejados, com poucas interferências, pois conseguimos aprender com todas aquelas que enfrentamos.
Dizem que crescimento menor gera receita menor, tornando bem mais complicada a tarefa de se fazer um superávit. Sendo assim o diálogo precisa ser mais francamente aberto com os representantes da classe trabalhadora.
O momento é de bravura e, sendo assim, lembramos a todos que o movimento sindical possui muitas propostas de medidas e ações conjuntas, em benefício ao desenvolvimento econômico e social da nação, junto à luta por incentivo a políticas publicas, pela redução dos juros, distribuição de renda, reforma fiscal e tributária, entre outras.
Temos que ter bravura, o movimento sindical está aberto ao diálogo. Precisamos participar de discussões sérias e objetivas, a exemplo das que foram feitas no governo Lula, que incidam em ações concretas para o crescimento do poder de compra dos trabalhadores e suas famílias, em benefício de um todo, junto ao desenvolvimento econômico e social da nação.
Sergio Luiz Leite, presidente da Fequimfar e 1º secretário da Força Sindical