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Capital, trabalho, Brasil
quinta-feira, 2 de abril de 2015
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Tenho grande afinidade com o trabalhismo. Essa doutrina, tão bem patenteada por Getúlio, Jango e Brizola, representa uma corrente progressista, de esquerda e nacionalista. O centro de sua estratégia é o desenvolvimento nacional com inclusão social.
Por ter claro esse entendimento, os trabalhistas sempre consideraram importante a boa relação entre capital e trabalho, compreendendo que um não existe sem o outro. No passado remoto foi diferente, no futuro será diferente, mas hoje é assim.
A atuação dos Metalúrgicos de Guarulhos e, posso dizer também da Força Sindical, tem sido essa. Temos embates com patrões e, muitas vezes, nos colocamos em campos opostos. Mas somos conscientes de que é preciso valorizar o capital produtivo para que o País cresça e possa construir um projeto nacional.
O grande adversário de quem trabalha e produz – seja empregado, seja patrão – é o capital financeiro, que nada produz, tem lucros exorbitantes e arrocha a sociedade. O Estado também não escapa, pois, para quitar a dívida pública, com uma taxa abusiva de juros, sangra as finanças, rebaixa a capacidade de investimentos e transfere renda para os especuladores.
Venho pensando sobre isso e, no que me cabe enquanto dirigente sindical, tenho procurado estimular ações que fortaleçam o setor produtivo e a indústria, especialmente a nacional. Uma dessas ações será o Seminário Tripartite (trabalho-capital-poder público) que faremos em nosso Sindicato dia 14 de abril.
Na semana passada, participei de reunião do Sistema S (Sesi, Sesc etc.) na sede da CNI – Confederação Nacional da Indústria. Propus às federações da CNI um seminário nacional, em formato semelhante ao que faremos aqui em Guarulhos, e a ideia foi bem recebida. Creio que será efetivada.
Dia 27, na cerimônia de entrega do título de Cidadão Guarulhense ao nosso vice Josinaldo José de Barros (Cabeça), na Câmara Municipal, convidei o público para nosso Seminário e reforcei a necessidade de uma aliança efetiva entre trabalho e setor produtivo.
Não serão os bancos e especuladores que vão fazer o Brasil crescer com justiça social. Só três forças podem cumprir essa tarefa: uma classe trabalhadora valorizada, um setor produtivo dinâmico e um Estado cada vez mais democrático e eficaz.
Não é fácil juntar essas três forças num projeto nacional. Mas é nosso dever propor, dialogar e estimular, buscando somar forças em nome do ideal maior, que é um Brasil desenvolvido e mais justo.
José Pereira dos Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
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Blog: pereirametalurgico.blogspot.com