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Chega de barbárie!
domingo, 1 de novembro de 2009
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O Brasil e o mundo têm assistido a cenas de verdadeira barbárie nas ruas e favelas do Rio de Janeiro. A guerra que há anos se arrasta entre traficantes e policiais já mostrou que corpos são queimados dentro de pneus, que corpos são jogados no meio da rua em carrinhos de supermercado. Quem conhece a realidade brasileira sabe que, infelizmente, a violência, a crueldade, a decadência e a destruição produzida pelas drogas não se limita aos morros do Rio de Janeiro.
De Foz do Iguaçu a Vitória, no Espírito Santo, da cracolândia do centro de São Paulo aos canaviais do interior do Estado, o crack, uma droga letal, se espalha e destrói vidas e famílias.
Já passou da hora da questão ser tratada como problema de saúde pública pelo governo Federal, Estados e municípios. E é obrigação do movimento sindical cobrar providências das autoridades e também desenvolver campanhas junto as suas bases.
Só existem traficantes porque existem milhões de consumidores de drogas. Houve um tempo, na década de 1960, que o uso de drogas foi associado a contestação ao inconformismo com o ‘sistema’. Mas hoje, toda a sociedade precisa dizer que o uso de drogas, qualquer uma, é coisa de gente doente. Não existem drogas sociais. Drogas levam a desagregação entre familiares e amigos. E, por trás de toda droga existe um esquema de criminosos.
É claro que os sindicatos não podem esquecer suas prioridades, que são lutar por melhores salários, melhores condições de trabalho e jornada menor. Mas todo trabalhador e trabalhadora têm filhos ou parentes e amigos que estão sujeitos ao contágio das drogas.
Nesse sentido, todas as novas convenções coleti-vas devem conter uma cláusula prevendo cam-panhas conjuntas, de sindicatos com empresas e setores patronais, de esclarecimento e alerta sobre o uso de drogas.
A cada dia que passa fica mais claro que não é a repressão e o enfrentamento entre polícia e traficantes (quase todos jovens ou adolescentes sem perspectivas) que vai por fim a barbárie que se arrasta há anos. Esse mal só será erradicado quando toda a sociedade brasileira estiver consciente de que é preciso falar todos os dias, para todos que estão a nossa volta: ‘não as drogas’.
Danilo Pereira da Silva é presidente da Força Sindical São Paulo