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Combater a rotatividade
quarta-feira, 5 de junho de 2013
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Semana passada em minha nota destaquei a importância da qualificação dos trabalhadores, com educação formal e o próprio aprendizado no primeiro emprego, para garantir o aumento da produtividade.
Não mencionei e o faço agora, a necessidade de uma verdadeira cruzada nacional contra a rotatividade da mão-de-obra que contribui pesadamente para a queda da produtividade.
Visto em conjunto o panorama das contratações e das demissões – que tem produzido ano a ano um saldo líquido positivo de empregos formais – indica uma rotatividade de, pelo menos, 50% em um ano; isto quer dizer que metade dos trabalhadores são trocados por outros em seus postos de trabalho.
Excetuando-se aquela proporção dos que “melhoram” de emprego (o que implicaria uma certa qualificação), a esmagadora maioria das trocas resulta em diminuição salarial e, como consequência, em piora da qualificação. A rotatividade desqualifica.
Como se trata de uma cruzada nacional pela produtividade deveríamos começar aprovando a Convenção 158, da OIT, que proíbe a dispensa imotivada. O Congresso Nacional, ao fazê-lo, prestaria um grande serviço a milhões de trabalhadores e a todas as forças produtivistas da sociedade, sinalizaria esta batalha com o simbolismo que tal aprovação carrega e ajudaria a controlar a inflação.
Ao mesmo tempo, deveríamos incluir entre as cláusulas sociais que devem acompanhar todas as desonerações fiscais e demais benefícios às empresas, a diminuição da rotatividade, setor por setor.
Não se trata de filantropia, mas sobretudo de preocupação pelo aumento da produtividade.
João Guilherme Vargas Neto, consultor sindical