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Compreender os jovens, agir com eles
terça-feira, 13 de novembro de 2012
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Com o emprego em alta e cada vez mais formalizado o movimento sindical vê-se às voltas com os novos desafios colocados para ele pelos trabalhadores recém-contratados, em sua maioria jovens.
A formalização do vínculo não implica a adesão ao sindicato e muito menos sindicalização; infelizmente o que temos visto por ora nos sindicatos são as grandes filas de jovens empregados entregando as cartas de oposição aos descontos sindicais.
Duas razões afastam ou, pelo menos, não aproximam os jovens dos sindicatos: a formação ou deformação ideológica sob o bombardeio do neoliberalismo que valoriza o egoísmo e é avesso à socialização sindical e a própria conquista do primeiro emprego em cuja fruição o jovem se aliena desprezando as condições político-sindicais que o têm garantido. Ele acredita em si e na empresa e despreza, porque não conhece, a história das conquistas sociais.
Como se isto não bastasse, há também as dificuldades decorrentes da alta rotatividade da mão de obra e a carência de linguagem apropriada à comunicação sindical com a massa jovem recém-empregada, embora existam os meios de comunicação, inclusive eletrônicos.
Em alguns casos onde há concentração de trabalhadores em grandes obras os sindicatos são obrigados – sob pena de perderem o vínculo com a base e a sua direção – a agirem o tempo todo para garantir sua representação e conquistar aquilo que os trabalhadores expressam como reivindicação. Nestes casos o roteiro está sendo cumprido na vida, com greves, manifestações, negociações e até mesmo rebeliões e atos de vandalismo, que são condenáveis mas não podem deixar de impressionar.
O movimento sindical precisa, com urgência, adicionar às suas preocupações mais esta: chamar para si os jovens trabalhadores falando a sua linguagem e educando-os, oferecer-lhes o sindicato como porta de entrada de sua socialização e instrumento eficaz na conquista de suas reivindicações, no atendimento de suas expectativas e na compreensão de seus interesses e comportamentos.
João Guilherme Vargas Neto, consutor sindical