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Conter a selvageria do capitalismo e avançar para recuperar nossos salários
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
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Estamos todos nós superando uma crise financeira mundial. Uma crise que nos levou empregos, que faliu muitos bancos, que fez muita gente no mundo todo, principalmente, nos países muito mais ricos que o nosso, perder posses, casas e investimentos. Ou seja, a crise foi ocasionada pelos gestores do sistema capitalista.
Mas também é sabido que o Brasil está se saindo muito melhor que o resto do mundo. Por quê? Porque ao longo dos anos e, principalmente, durante o governo do presidente Lula houve um investimento muito grande no mercado interno.
O governo Lula transferiu renda para as classes trabalhadoras incentivando bons acordos e através do reajuste real de 45% no salário mínimo. Repassou, ainda, auxílio para as populações de baixíssima renda através do Bolsa Família.
A nossa contrapartida foi gastar tudo o que ganhamos, todos os meses, no mercado interno. A consequência disso é que ajudamos o Brasil a sair rapidamente do sufoco da crise. Pois bem. Agora é hora da retomada. E nós, trabalhadores brasileiros e, particularmente, os metalúrgicos e metalúrgicas de Santo André e Mauá, estamos enfrentando a resistência dos patrões locais.
São os velhos praticantes do capitalismo selvagem que ainda resistem mesmo sabendo que a participação consciente dos trabalhadores na produção é essencial para garantir a qualidade final do produto e a produtividade das empresas.
É essa produtividade e qualidade que garantem a competitividade das empresas situadas aqui na região. Todos os patrões sabem disso. Até a hora de negociar nossos salários. Aí, começa a ladainha. E o choro de patrões que se comportam como capitalistas selvagens.
A eles interessa apenas o arrocho da massa salarial, que estão praticando ano a ano, nos últimos dez anos. Usam agora a desculpa da crise, que já está superada, para resistir a negociações.
O aumento real de salários que reivindicamos será gasto aqui mesmo na região, reaquecendo a economia local e ajudando estes mesmos empresários a sobreviver.
Mas a cada dia fica mais claro que o patrão selvagem só entende a mobilização direta, a pressão e a obtenção de direitos legais, via Congresso Nacional. Por isso, este ano estamos atuando em várias frentes. Vamos nos mobilizar nas empresas (e se preciso, vamos pará-las),
vamos manter a opinião pública sempre informada sobre o tipo de empresários que atuam na região e, mais, vamos continuar a pressionar os deputados federais para aprovarem as 40 horas semanais, sem redução de salários.
Só queremos parte da produtividade que agregamos, só queremos repor as perdas salariais com aumento real, só queremos fazer o Brasil avançar com um capitalismo muito menos selvagem que o atual.
Cícero Martinha, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá