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Contra eleição capenga, só mesmo povo nas ruas
quarta-feira, 3 de outubro de 2018
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O ano voou, cheio de percalços, e chegamos à semana das eleições gerais. Eleições capengas, antidemocráticas e que não resolverão os grandes problemas nacionais, vença quem vencer.
Não se pode levar a sério um pleito onde o principal personagem, Lula, preferido do eleitorado, está fora do páreo, condenado seletivamente e preso por um crime que não cometeu.
Como respeitar um processo eleitoral em que os candidatos ricos podem injetar dinheiro próprio em suas campanhas, embora esteja proibido o financiamento privado de gastos?
Outro fator de importante descrédito das eleições, apesar de antigo, é a influência da mídia conservadora, hegemônica e profundamente parcial na escolha de partidos e políticos de sua preferência.
Não vale nem a pena gastar muito espaço aqui com o personagem mais caricato e perigoso do processo, por representar um fascismo violento e crescente em nível mundial, Bolsonaro.
Enquanto Lula permanece preso injustamente, impedido até de entrevistas, o candidato fascista arrota ignorância, estupidez e incentiva a violência por meio da mídia que não deveria ouvi-lo seguidamente.
Numa entrevista, o abominável chegou a dizer que, se perder, não reconhecerá o resultado do pleito, alegando que terá sido fraude. Ora, saber perder faz parte do jogo.
Não podemos permitir o que aconteceu em 2014, quando a elite brasileira e seu partido, o PSDB de Aécio Neves, não aceitaram a derrota e levaram o Brasil ao caos atual.
O tribunal superior eleitoral (tse), que se autodenomina zeloso em suas prerrogativas contra Lula, deveria exigir de Bolsonaro explicações sobre a alegada fraude.
O que importa mesmo dizer é que o chamado ‘mercado’, ou burguesia, na verdade o sistema financeiro nacional e internacional, é quem determinará o futuro do país.
O capital estrangeiro, aliado à meritocracia ou ‘ditadura de toga’ por ele cooptada, à mídia podre e àqueles personagens do circo de horrores do ‘impeachment’, não deu um golpe por dar.
Ele quer manter a rapinagem das nossas riquezas, especialmente do pré-sal avaliado em US$ 10 trilhões, além de manter barbaridades como a reforma trabalhista e a previdenciária que virá.
Para isso, continuará contando com a elite econômica entreguista, a mídia subserviente, o congresso e o judiciário idem, com forças armadas não mais nacionalistas e outros fatores.
Enganam-se os que veem nas eleições a salvação da pátria. O que pode garantir as riquezas naturais intocáveis, os direitos sociais e trabalhistas é o povo na rua.
Temos que escolher entre os candidatos a presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais ditos progressistas, de esquerda, e dar-lhes sustentação após a posse.
Significa dizer que o povo precisa assumir o protagonismo da política, ser o personagem principal de sua história, pois só dessa forma garantiremos a existência e o futuro da nação.
Zoel é professor, formado em sociologia e diretor financeiro do Sindserv (sindicato dos servidores municipais) Guarujá