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Crise, de quem?
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
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A negociação salarial dos metalúrgicos já começou em todo o Brasil e mais uma vez ouvimos a palavra ‘crise’.
As consequências dessa tão falada turbulência têm sido discurso recorrente da patronal entre ano e sai ano. As reuniões não começam sem antes uma demonstração de que o ano não está bom, as vendas não vão bem e os gastos são altos, tudo isso na tentativa de comprovar que a crise é real.
Os trabalhadores convivem há muito tempo com essa crise que os patrões dizem existir.
A crise do trabalhador começa logo que ele nasce em um hospital público superlotado e carente de recursos para o bom atendimento. Os filhos dos trabalhadores aprendem que nem sempre é possível ir ao supermercado e encher o carrinho de compras.
O trabalhador entende de economia?
Sim, e mais, faz malabarismos com o salário enquanto empresários se perdem nas próprias pernas bradando aos quatros cantos que a ‘crise’ fez o faturamento cair e defendendo ações que ferem o direto do trabalhador na tentativa de estancar as perdas.
O movimento sindical não vai aceitar retrocessos de direitos trabalhistas para que os patrões lucrem ainda mais sobre a força trabalhadora desse país. Pelo contrário, vamos ainda mais lutar pelas mudanças que queremos e que tragam decência ao trabalhador.
A nossa pauta de 40 horas semanais é mais atual do que nunca para proporcionar maior qualidade de vida ao trabalhador e geração de riquezas.
Também continuamos a nossa busca pela igualdade racial e de gênero entre os trabalhadores com ações afirmativas locais, nacionais e globais, além da liberdade de expressão e democracia social.
As questões que envolvem os trabalhadores brasileiros são muitas, mas ficamos somente ouvindo falar que a culpa é da ‘crise’. Nós vamos para a luta reverter o jogo. Nosso povo já demonstrou que tem força. A nossa própria central é Força para combater crises. Portando, não vamos aceitar discursos do primo rico dizendo que é pobre.’
Maria Rosângela Lopes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Vale do Sapucaí e da FEMETAL – Federação dos Metalúrgicos de Minas Gerais