Nosso repúdio maior a declaração do presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, que afirmou que o governo deve promover "medidas muito duras" na Previdência Social e na Legislação Trabalhista para equilibrar as contas públicas.
Robson Braga sugeriu aumentar a jornada de trabalho de 44 para 80 horas semanais, e citou como exemplo a França, dizendo que lá é permitido trabalhar até 80 horas por semana.
Ora, na França, os trabalhadores estão mobilizados contra a proposta de extensão da jornada de 60 horas semanais, e para que a mesma seja discutida no Parlamento. Além disso, está comprovado que experiências mundiais de jornadas menores e flexíveis se convertem em ganhos consideráveis de produtividade. Num processo amplo, que tornam as indústrias mais produtivas e competitivas.
Tal afirmação do presidente da CNI nos remete somente a irresponsabilidade da adoção pelo Estado, nos últimos governos, de políticas industriais equivocadas. Medidas que a exemplo desta, citada pelo presidente da CNI, somente poderiam estimular, como outras fizeram no passado, a desindustrialização no Brasil.
Uma posição retrógrada de alguns segmentos empresariais, que somente induz e nos remete a desindustrialização no país.
Lembramos que a Luta pela Redução da Jornada de trabalho faz parte de uma reivindicação histórica da classe trabalhadora, interligada a origem do próprio movimento sindical.
No Brasil, os trabalhadores, em decorrência de muitas lutas e mobilizações, conseguiram conquistar 44 horas de trabalho semanais.
Nos últimos anos, as Centrais Sindicais instituíram como bandeira de luta a Campanha pela Redução da Jornada para 40 horas semanais, sem perdas salariais. Um direito que já foi conquistado por determinadas categorias profissionais, como a dos trabalhadores químicos do setor industrial farmacêutico, no estado de São Paulo.
Ou seja, parece que o que eles querem é a volta da Escravatura. Por isso, precisamos avisar esse senhor que a Lei Abolicionista não pode ser revogada!
Não venham com retrocesso. Nosso compromisso é com os direitos da classe trabalhadora, por mais incentivo à produtividade, e em defesa do desenvolvimento!
Sergio Luiz Leite, Serginho é presidente da FEQUIMFAR (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo), sendo também 1º Secretário da Força Sindical e membro do Conselho Deliberativo do FAT/MTE