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Desafios para a Força Sindical
terça-feira, 17 de setembro de 2013
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Participei nesta terça-feira, dia 17 de setembro de 2013, de um debate realizado em Bragança Paulista, com os companheiros e companheiras que assumiram a direção estadual da Força Sindical no Estado de São Paulo.
Minha fala girou em torno de algumas questões que estamos vivendo no movimento sindical: a intervenção do Ministério Público nas eleições sindicais e nas contribuições assistenciais; a denúncia de que o STF está para julgar os 10% da contribuição sindical para as centrais sindicais, e as eleições de 2014.
Neste sentido, aproveitei para registrar que a Força Sindical tem sido referência na unidade de ação e na autonomia em relação ao governo e aos partidos.
Creio que temos que manter esses princípios e dar continuidade às ações baseadas principalmente na pauta unitária: o fim do fator previdenciário, o enfrentamento à PL4330, que dispõe sobre a Terceirização, a luta pelas 40 horas semanais, a luta pelo direito de negociação dos funcionários públicos (contemplada na Convenção 151 da OIT) etc.
Neste momento em que nós sindicalistas estamos sendo pressionados pelo Ministério Público nas eleições sindicais ou em manobras que visam dificultar a cobrança da contribuição assistencial nas Convenções Coletivas do Trabalho, necessitamos criar um esforço unitário com as demais centrais sindicais para não deixar enfraquecer o movimento.
Muitos sindicatos já estão sendo impedidos de exercerem sua atividade por falta de arrecadação financeira, prejudicando resultados nos direitos dos trabalhadores.
Ações de grande envergadura como estas devem ser planejadas junto aos sindicatos filiados, para que não atropelemos suas ações diárias de negociações com as empresas. Mais do que isso, tais ações devem ser planejadas assegurando o apoio a cada luta específica de cada sindicato.
Para conseguirmos dimensionar as demandas de cada categoria e a macro política com a qual a central trabalha, precisamos ter em mente as regras que regem nossa sociedade e, sobretudo, as relações que permeiam o mundo do trabalho.
Hoje em dia acompanhar as mudanças que ocorrem na sociedade capitalista exige de nós uma grande capacidade de conhecimento e compreensão. Isso torna imprescindível a valorização da assessoria sindical.
Sobre a importância da assessoria sindical, enfatizei em minha palestra o trabalho do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos), criado em 1955. Esta entidade histórica, criada pelos trabalhadores, nos presta um importante serviço. Mas, surpreende-me o fato de que poucos sindicalistas ou entidades o utilizam e são sócios dela.
Por fim abordei o debate, que já se avizinha, sobre as eleições de 2014 para presidência da República, para governadores, senadores e para deputados federais e estaduais.
Outubro de 2013 já é a data limite para que os candidatos se filiem ao partido pelo qual irão concorrer. Qualquer opção partidária dos militantes deve ser respeitada pela nossa central. Este respeito respalda-se em um dos principais conceitos que baseou a fundação da nossa entidade em 1991: a pluralidade partidária.
Na nossa perspectiva sindical o debate político não se restringe a um só partido. Este debate deve ser amplo e contemplar o esforço de eleger mais companheiras(os) comprometidas(os) com nossa causa e com nossa classe.
Além disso, no local de trabalho convivemos com a pluralidade ideológica e partidária que caracteriza a realidade dos trabalhadores. O que nos une, o que faz com que nós trabalhadores sejamos uma Classe, são nossas reivindicações, votadas democraticamente em nossas assembleias.
Nos próximos meses diversas categorias, representando mais de 2,5 milhões de trabalhadores brasileiros, entrarão em campanha salarial. À Força Sindical no Estado de São Paulo caberá a grande tarefa de coordenar e apoiar essas ações, respeitando cada entidade e fazendo todo o esforço necessário para garantir conquistas.
A nova diretoria foi empossada ontem, dia 16 de setembro, com ares muito positivos para enfrentar estes desafios e engrandecer ainda mais o movimento sindical.
Em minha participação neste seminário fui contagiado por esta positividade e aproveitei para resgatar as ideias fundamentais que baseiam nossas ações. Registro aqui estas ideias com a finalidade de alimentar não apenas o debate, mas os ânimos que impulsionam as ações da Classe Trabalhadora.
João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário Geral da Força Sindical