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Desafios sindicais
terça-feira, 11 de outubro de 2016
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O Brasil vive forte recessão econômica, passa por grave instabilidade política e acaba de sair das urnas mais conservador e direitista. É nesse ambiente que o movimento sindical tem de realizar ações, movimentos e lutas.
As direções sindicais estão conscientes a esse respeito. E agora, com base no que as urnas falaram, vão fortalecer ainda mais a unidade na luta para colocar em prática uma agenda que contemple as reais necessidades das bases.
Essa agenda, no geral, já existe. E suas diretrizes foram fixadas pela Conclat de 2010. Aquela histórica assembleia do sindicalismo nacional apontou medidas para o crescimento da economia e defendeu direitos conquistados em décadas de ações, mobilizações e lutas.
Ocorre que, de lá pra cá, a situação só se agravou, a ponto da presidente eleita ser afastada por meio de impeachment. O desemprego cresceu e supera 12 milhões; a crise empurra famílias de volta às classes D e E ou para a rua da amargura, pura e simples.
O sindicalismo, sozinho, não tem como superar a conjuntura. Aliás, nenhuma força social, isoladamente, reúne condições para essa travessia. Por isso, a Força Sindical e setores consequentes do sindicalismo propõem ações conjuntas com o capital produtivo. Neste momento, a aliança com o setor produtivo – arrochado também pelo capital financeiro – é fundamental para a retomada do crescimento.
Um dos sintomas da crise são os ataques a direitos, levando setores do patronato a radicalizar – como ocorre na greve dos bancários, motivada pelo fato do setor empresarial oferecer pouco mais que metade da inflação. Agressão também sofremos semanas atrás, quando um ministro de Temer insinuou aumentar para até 12 a jornada diária de 8 horas.
A vida da classe trabalhadora nunca foi fácil. E se agrava nas crises. Por isso, o sindicalismo precisa ser firme na defesa dos direitos e hábil na hora de negociar com governos e patrões. E os trabalhadores, mais do que nunca, precisam estar juntos de seus Sindicatos.
Dois fatos – Os metalúrgicos estão em campanha salarial. A pauta está com os patrões, de quem esperamos seriedade nas negociações. Destaco também, esta semana, no Rio de Janeiro, o 2º Congresso mundial da IndustriALL. Cerca de 1.300 delegados do setor da indústria vão se reunir. Um dos pontos é o fortalecimento da solidariedade classista internacional.
Como diz o povo, não está fácil pra ninguém. O sindicalismo sabe disso, tem o pé no chão e enfrentará cada um dos desafios.
Josinaldo José de Barros (Cabeça)
Presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
www.facebook.com/josinaldo.cabeca.1
josinaldo@metalurgico.org.br