Ser verdadeiramente contra o “Sistema” implica reconhecer que as estruturas hegemônicas organizam as questões sociais e econômicas de maneira desigual. É uma crítica ao modelo que perpetua a exclusão social em áreas cruciais como educação, saúde e trabalho. A luta contra esse sistema não deve ser confundida com uma retórica agressiva ou ataques pessoais a adversários políticos. Ao contrário, deve ser uma busca por soluções inovadoras e inclusivas que visem transformar a sociedade de forma significativa.
A narrativa de ser “contra tudo o que está aí” é sedutora, mas muitas vezes superficial. Ela pode facilmente se transformar em um slogan vazio sem propostas concretas para mudança. A verdadeira resistência ao sistema exige uma análise crítica das estruturas existentes e um compromisso com a construção de alternativas viáveis. É necessário questionar: qual é o modelo alternativo? Como podemos reimaginar um sistema que promova igualdade de oportunidades e justiça social?
Além disso, essa crítica deve ir além da mera retórica; precisa ser acompanhada de ações concretas e propostas claras. O desafio está em superar a “camisa de força cultural” que nos impede de ver com clareza as transformações necessárias. Isso significa envolver-se em diálogos profundos sobre as mudanças estruturais necessárias e construir alianças entre diferentes segmentos da sociedade.
Em suma, ser contra o “Sistema” é muito mais do que uma postura radical ou uma declaração de intenções; é um chamado à ação para todos nós. Precisamos desmascarar a falácia que reduz essa luta a simples ataques pessoais e discursos vazios. Somente assim poderemos avançar em direção a uma sociedade mais justa e igualitária.
Diógenes Sandim Martins é médico, diretor do Sindnapi e secretário-geral do CMI/SP