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Desmontando um paradoxo
terça-feira, 6 de agosto de 2013
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Os vampiros, todos sabem, querem sempre chupar até a última gota o sangue de suas vítimas.
Os rentistas, por sua vez, não se conformam com os ganhos dos trabalhadores, querem diminuí-los a todo custo. Para eles, trabalhador bom é o que se mata de trabalhar por quase nada e sobrevive sem direitos- um morto-vivo.
Já fazem enorme pressão contra os aumentos do salário mínimo. Agora investem contra o seguro-desemprego, exatamente quando o ministério do Trabalho e Emprego discute o porcentual de correção dos valores a serem pagos.
E, como são espertos, agitam o paradoxo do aumento dos gastos com o seguro-desemprego apesar da diminuição do desemprego, insinuando descontrole ou fraude.
É fácil desmontar o paradoxo, como o fez o ministro do Trabalho: as despesas com o seguro-desemprego cresceram, apesar da queda do desemprego, porque houve uma forte formalização dos vínculos empregatícios, porque houve acesso continuado ao direito, porque houve os reajustes do salário mínimo (que sistematicamente vinham corrigindo os valores do seguro) e porque há, no Brasil, a escandalosa rotatividade da mão de obra.
Se a rotatividade fosse combatida e diminuída (e para isto seria preciso, pelo menos, que o Congresso aprovasse a Convenção 158 da OIT ou que em todas as desonerações que beneficiam os empresários se exigisse a diminuição da taxa de rotatividade), a curva dos gastos do seguro-desemprego tenderia a se estabilizar, depois de sua elevação.
Que a rotatividade é uma praga e até mesmo impede o crescimento da produtividade, a própria Secretaria de Assuntos Estratégicos o confirma.
O que os rentistas querem agora, a começar pelos que se dependuram no ministério da Fazenda, é garantir- vejam que avidez vampiresca- que se piore o seguro-desemprego e se corrija o seu valor abaixo da correção do salário mínimo.
A luz do dia, ao desmontar o paradoxo, faz mal aos vampiros- rentistas.
João Guilherme Vargas Neto, consultor sindical