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Dever moral
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
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A comemoração no dia 20 de novembro, do Dia Nacional da Consciência Negra, significa ainda um avanço tímido de nossa sociedade no ato de poder celebrar mudanças significativas, seja em relação à consciência de igualdade racial em nosso país, como no reconhecimento justo de seres humanos que contribuíram decisivamente para formação de toda a nossa Nação. Para a formação de todo povo brasileiro.
Uma data que referenda toda essa importante reflexão, principalmente sobre a inserção do negro em nossa sociedade, sob o verdadeiro significado da palavra “consciência”, atributo altamente desenvolvido na espécie humana. Momento de celebração que se define pela capacidade de se estabelecer julgamentos morais dos atos realizados, que junto ao senso de responsabilidade do próprio homem, contribui decisivamente com a sua honra e civilidade e, que também homenageia o aniversário de morte do líder Zumbi dos Palmares, negro que resistiu à escravidão e lutou defendendo seu povo e sua comunidade.
Devemos sempre ressaltar que essa data não é um dia apenas dos negros e das negras. Mas sim, uma data que toma proporções tão grandes que hoje mais de 267 municípios brasileiros já abraçam a causa da reparação dos 380 anos de escravidão. São pessoas, comunidades e instituições, conscientes desta luta crescente pela construção de um ambiente de igualdade e oportunidades para todos. Num conceito máximo de cidadania, em que se celebra todos os preceitos democráticos, através da conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional.
Além disso, não podemos nos esquecer do Estatuto da Igualdade Racial, que veio dar total apoio ao fortalecimento desta identidade brasileira, que foi e é formada pela colaboração direta dos negros africanos, importantes protagonistas na história do Brasil, seja nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos, em muitos costumes, que estão presentes em todas as regiões e lugares, e principalmente na miscigenação do nosso povo.
Nunca é demais lembrar que é nosso dever moral e social, como cidadãos brasileiros, respeitar as diferenças de raça e incentivar a ampliação do conhecimento e informação da cultura Africana e Afro-Brasileira, seja no ambiente de trabalho, nos sindicatos, nos espaços culturais e de educação. Nesse contexto, não podemos deixar de citar uma série de exemplos, dentro do movimento sindical brasileiro, na criação e incentivo a um número maior de políticas, eventos, criação de departamentos voltados para atividades, ações e lutas em benefício de direitos e maior respeito à igualdade racial.
Fora com o racismo e a discriminação, palavras tristes que deterioram nossas comunidades e que se traduz em ônus e impedimentos para o crescimento econômico e social.
Viva o dia 20 de novembro, viva o dia da Consciência Negra, Viva os trabalhadores e trabalhadoras negros, viva os trabalhadores brasileiros.
Sergio Luiz Leite,
presidente da FEQUIMFAR