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Dez anos de inclusão e trabalho solidário
quinta-feira, 31 de maio de 2012
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O Brasil possui uma impressionante rede de trabalho e de inclusão social. Construída ao longo das décadas, por homens e mulheres abnegados, essa rede precede a onda das ONGs, que são um fenômeno mais recente. As organizações mais tradicionais, ainda que algumas delas tenham evoluído depois para o formato de ONGs, têm um foco nitidamente social.
Em Guarulhos, temos muitos exemplos positivos. Quero falar hoje do Programa de Apoio Psicoprofissional a Desempregados, nascido no âmbito do nosso Sindicato, há 10 anos, que já beneficiou mais de 25 mil pessoas, gratuitamente.
Aquele Programa, hoje chamado GAP (Grupo de Apoio Psicoprofissional), nasceu em sintonia com a ideia de sindicalismo-cidadão, ou seja, de que a ação sindical deve beneficiar não apenas a categoria profissional, mas a coletividade. E, nessa coletividade, os setores mais carentes, como os desempregados.
Assim fizemos. O Programa cresceu, conseguiu parcerias e se consolidou, sempre ajudando gente, formando, qualificando e agregando. Um dos aspectos mais notáveis do atual GAP é a formação de uma verdadeira brigada militante de voluntários. Essas pessoas, todas egressas do Programa, decidiram se manter próximas ao Psicoprofissional, atuando como voluntárias nos cursos, palestras e em todas as iniciativas ligadas ao projeto.
A participação entusiasmada dos voluntários atesta o sucesso da iniciativa. Mas o que, de fato, nos dá enorme alegria é o índice de recolocação no mercado de trabalho, após os cursos e palestras, todos grátis: chega a 76% (checar).
O GAP, zelosamente tocado pelas psicólogas Rosy Rodrigues e Solange Moncia, tem um questionário-padrão em que as pessoas avaliam o Programa. E a aprovação chega ao impressionante índice de 98%. Aliás, o GAP produziu recente documentário, que nos emociona pela forma amorosa como as pessoas se referem ao programa.
O mundo conspira para que sejamos individualistas, olhando só para o nosso interesse mesquinho e imediato. Mas as iniciativas generosas e de inclusão, como o GAP, põem por terra o individualismo, mostrando o contrário: mostrando que o sentimento coletivo e solidário é que tem força e poder transformador. Por isso, são respeitados, amados e duradouros.
Sou feliz por ter ajudado esse Programa nascer, brotar, fincar raízes e frutificar. O mundo pode ser melhor. Depende de nós.
José Pereira dos Santos é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região