Uma sociedade amadurece quando aprende a negociar. Uma democracia se consolida quando consegue administrar os choques de interesses e estabelecer regras mais benéficas ao interesse público.
O sindicalismo prefere a negociação. Os dirigentes, calejados pela vida real, evitam choques, buscando sempre soluções negociadas. A greve mesma só ocorre depois de esgotados todos os demais recursos.
Vale lembrar que dia 1º de janeiro de 2019 as Centrais Sindicais cumprimentaram o presidente Jair Messias Bolsonaro pela sua posse e enviaram Carta solicitando diálogo. A Carta sequer foi respondida.
A soberba bolsonarista dispensa comentários, mas denuncia o despreparo de um Presidente da República arrogante, raivoso e vingativo.
Contrariamente ao Executivo, o Congresso Nacional foi muito mais receptivo. Não fosse o diálogo entre sindicalismo e Congresso, não teríamos conseguido o Auxílio Emergencial de R$ 600,00 a milhões de brasileiros pobres. Bolsonaro não queria dar qualquer ajuda, depois chegou a R$ 200,00 e por fim teve que acatar os R$ 600,00.
Nosso Sindicato negocia todo dia e isso explica por que firmamos acordos constantes de pagamento da PLR aos trabalhadores. Todo acordo, cabe ressaltar, só vale se aprovado em assembleia.
Agora mesmo estamos em reta final das negociações coletivas da categoria, Campanha Salarial 2022. Para cerca de 90% da base já conseguimos 6.46% (INPC integral), mais 15% de Abono salarial e manutenção de todos os direitos da Convenção Coletiva.
Nas fábricas que empregam um pouco mais dos 10% trabalhadores restantes, vamos buscar acordo empresa por empresa. Esperamos que os patrões mostrem disposição pra negociar. Onde não houver acordo, mobilizaremos para que seja feita greve. Mas primeiro buscaremos a negociação.
Lixo – A Prefeitura de Guarulhos anuncia a devolução da taxa do lixo cobrada indevidamente. Vale lembrar que nosso Sindicato combateu desde o início essa cobrança abusiva. Também fomos à Justiça contra a taxa absurda.
A sanha arrecadatória do prefeito Guti gerou forte reação popular e todos os segmentos sociais mostraram contrariedade. O prefeito sofreu enorme desgaste público. Por quê? Porque não ouviu o clamor popular e se negou a negociar. Ou seja, foi soberbo.
Futuro – O Brasil precisa desarmar o clima de ódio esparramado pela extrema direita. E o presidente Lula terá que mostrar paciência, jogo de cintura e persistência. Os problemas nacionais são graves demais.
O confronto já mostrou sua ineficiência. Precisamos dialogar e negociar, buscando sempre o que for melhor para a população, principalmente aos trabalhadores e às faixas mais carentes da população.
Josinaldo José de Barros (Cabeça)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região