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Diferença trabalhista
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
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Na semana passada o jornalão O Globo publicou uma extensa reportagem baseada em números da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) abrangendo os últimos 18 anos, ou seja, os dois mandatos de Fernando Henrique e de Lula e os dois anos de Dilma.
A matéria procurava demonstrar as semelhanças e as diferenças entre os oito primeiros anos e os últimos dez, com os tucanos melhorando os serviços e com o PT ampliando a cobertura social e insistia na continuidade das trajetórias das curvas que retratavam as situações.
Não posso reproduzir aqui o conjunto de gráficos apresentados que, em sua maioria, ao mesmo tempo desmentiam a tese da predominância ou de serviços ou do social e confirmavam com suas linhas retas ascendentes a tese da continuidade.
Mas, verificando com mais cautela aqueles desenhos, constatamos que em um conjunto de dados, que poderíamos chamar “trabalhistas”, as diferenças são evidentes, retratadas por quatro curvas quebradas, o que indica mudança de orientação dos fenômenos e não acúmulo paulatino.
Há duas delas em “V” – a da renda dos trabalhadores e a da formalização dos vínculos de emprego (medida pela contribuição ao INSS) e há duas delas em “V” invertido – a do desemprego e a das jornadas efetivamente trabalhadas. Houve mudança significativa de rumo e não apenas a aceleração ou desaceleração.
Com base nesse conjunto de gráficos fica evidente que as diferenças essenciais entre os oito anos de Fernando Henrique e os dez de Lula e Dilma são referentes ao mundo do trabalho, em seus vários aspectos relevantes: emprego, formalização de vínculo, ganhos salariais e jornadas efetivamente trabalhadas.
Confirma-se, portanto, a tese da positividade da conjuntura sindical, apesar do fraco desempenho da economia, o que as campanhas salariais em curso e seus resultados também têm demonstrado.
João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical