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É hora de fortalecer a representação política dos trabalhadores da saúde
quinta-feira, 4 de outubro de 2018
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Estudo recente sobre o Congresso Nacional mostra que o número de parlamentares comprometidos com os interesses dos trabalhadores e do movimento sindical vem caindo a cada nova Legislatura. O reflexo dessa queda é a aprovação de leis prejudiciais à classe trabalhadora e à sociedade.
O cenário de desequilíbrio atingiu o clímax no ano passado, com a aprovação da Lei 13.467/17, a nefasta Reforma Trabalhista. Nunca, em tempos recentes, revelou-se no Legislativo tamanho empenho para aprovar uma Lei tão ruim. O trabalho foi feito a toque de caixa, sem consultas expressivas à sociedade e sem concessões à parte hipossuficiente.
Passado menos de um ano da entrada da Lei em vigor, os resultados não tardaram a chegar: precarização, colapso do emprego formal, terceirização irrestrita e perda de renda são alguns dos frutos podres gerados pela Reforma Trabalhista. Isso sem falar na deliberada asfixia do custeio da estrutura sindical.
Antes da Reforma Trabalhista também foi aprovada, de maneira urgente e radical, a Emenda Constitucional 95, que engessou por 20 anos os gastos públicos com saúde e educação, entre outros, sob o falso pretexto de conter o déficit fiscal. Não é preciso ir muito além para entender que, caso não haja uma mudança expressiva nesse contexto político/econômico, logo assistiremos a outras aberrações, como a ruína dos Direitos Previdenciários e o triste fim da Justiça de Trabalho. Neste cenário, o trabalhador ficará totalmente desamparado frente ao grande capital e ao patronato. Um caminho sem volta.
Neste momento decisivo cabe então à classe trabalhadora e aos seus verdadeiros representantes exercerem o legítimo poder de mobilização e luta consciente, para que seja feita a tão necessária correção de rumos em direção a uma sociedade melhor para todos. É hora de fortalecer a representação política dos trabalhadores, é hora de mobilizar as bases (em especial, a dos trabalhadores da saúde) para tirar o país desse atoleiro e transformá-lo num Brasil justo e soberano.
José Lião de Almeida, presidente do SinSaudeSP