Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
8 OUT 2025

Imagem do dia

Seminário Pré-COP30; FOTOS

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Eleição na FAO: Mais uma trincheira de luta!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Artigos

Eleição na FAO: Mais uma trincheira de luta!

Por: Paulo Kliass

ELEIÇÃO NA FAO: MAIS UMA TRINCHEIRA DE LUTA!

Paulo Kliass *

O êxito da eleição de José Graziano da Silva, ocorrida em 26 de junho último, para o cargo de Diretor-Geral da Organização para Alimentos e Agricultura (FAO) comporta vários significados e muitas interpretações. Trata-se de uma importante organização multilateral, integrante do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU). A sede da entidade fica em Roma, capital da Itália.

O resultado final foi o reflexo de uma eleição bastante disputada entre o candidato do governo brasileiro e o candidato do governo espanhol, na figura do ex Ministro de Relações Exteriores, Miguel Ángel Moratinos Cuyaubé. Na Assembléia Geral do organismo, Graziano obteve 92 votos e seu concorrente ficou com 88.

A escolha vem promover a substituição do atual Diretor-Geral, o senegalês Jacques Diouf, que foi indicado pela primeira vez em 1994 e completará 18 anos no cargo, um período correspondente a três mandatos consecutivo de 6 anos. Em princípio, este último termina no final de dezembro, quando toma posse o brasileiro. O antecessor de Diouf era, igualmente, representante de um país do mundo em desenvolvimento. O libanês Edouard Saouma também ficou 18 anos à frente do órgão, no período compreendido entre 1976 e 1993.

Assim, é importante observar que, ao contrário do que foi muito comentado nas últimas semanas, não se trata da primeira vez que um representante do mundo subdesenvolvido é eleito para chefiar a FAO. Muito pelo contrário. Os acordos e os acertos das diplomacias muitas vezes conseguem indicar pessoas de determinada nacionalidade, mas a política a ser desenvolvida à frente do organismo é que vai ser o verdadeiro elemento para se avaliar sua “performance” no cargo. Afinal, há quase 4 décadas que o Terceiro Mundo, em tese, está por lá. Já a política da FAO no combate à fome e às especulações com as “commodities” agrícolas nem sempre corresponderam às necessidades da maioria da população mundial. Sabe-se, há muito tempo, que a quantidade de áreas agriculturáveis seria mais do que suficiente para resolver as necessidades alimentares atuais a nível global. Mas o problema é bem mais complexo do que tal evidência possa sugerir.

 A eleição revelou-se, sem sombra de dúvida, como uma importante vitória de nosso País, em operação coordenada pelos nossos diplomatas do Itamaraty. Mais do que isso, pode ser vista como mais uma das conseqüências positivas da política externa levada a cabo ao longo dos 8 anos do Presidente Lula, com a presença de Celso Amorim à frente do Ministério das Relações Exteriores. Ao provocar uma inversão na postura brasileira de submissão aos interesses norte-americanos do período anterior, o governo propiciou à nossa diplomacia um espaço de intervenção inédito na esfera das relações internacionais. São bem conhecidos os principais pontos de tal mudança. Reforçar o eixo Sul-Sul, em detrimento de apenas se acomodar nas relações Sul-Norte. Avançar na integração latino-americana e sul-americana com o Mercosul, em detrimento do projeto da ALCA. Ampliar as frentes diplomáticas com os países da África e da Ásia, estimulando os grupos fora da hegemonia do mundo europeu e norte-americano. É o caso do conhecido G-77, grupo que reúne atualmente mais de 130 países. E um dos muitos frutos dessa nova postura é a maior importância exercida pelo Brasil nas instâncias multilaterais. É óbvio que esse tipo de percurso não costuma ser linear e que tópicos mais sensíveis ainda apresentam bastante dificuldade de aceitação, a exemplo da reivindicação brasileira de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Por outro lado, a vitória de Graziano tem o sabor também de um merecido reconhecimento internacional do programa Fome Zero. A própria figura do ex Ministro de Lula representa bem esse instrumento, que cada vez mais é utilizado no mundo afora como referência para as políticas de redução das desigualdades no interior dos países, e também entre as diversas regiões do planeta. O trabalho conjunto da equipe da Presidenta Dilma com Lula e Graziano contribuiu para reforçar a credibilidade da campanha entre os representantes dos demais países na Assembléia da FAO. Afinal, conseguiu-se ultrapassar os votos obtidos por um candidato da Espanha, apoiado indiretamente pela União Européia e que tem uma influência considerável sobre parcela expressiva dos países de língua espanhola em todos os continentes.

É amplamente sabido que instituições multilaterais dessa natureza apresentam limitações inerentes a sua própria característica política e diplomática. Como não existem instâncias deliberativas que criem constrangimentos para os países que não cumpram com as decisões adotadas, todos sentem-se mais ou menos à vontade para aplaudir e encaminhar as propostas com as quais concordam ou então ignorar aquelas com as quais apresentam algum grau de divergência. Mas a pior postura é a de tentar menosprezar ou desqualificar o potencial oferecido pela presença de um brasileiro à frente da FAO.

De qualquer forma, a pauta de assuntos emergentes é enorme. A questão da fome no mundo é tema permanente e as dificuldades para superá-la estão mais associadas a problemas de natureza econômica e geopolítica do que à capacidade de produção de alimentos na escala necessária. A reprodução das desigualdades regionais em termos das condições de produção e alimentação de alimentos também obedece ao mesmo esquema. O estabelecimento de estratégias de constituição de estoques volumosos de produtos alimentícios em escala global, para evitar a especulação nos momentos de carência de oferta, é urgente. A necessidade de regulação sobre os mercados especulativos de bens agrícolas no plano internacional é mais do que evidente para os especialistas que apresentem um mínimo de isenção face aos interesses das grandes corporações envolvidas com esses negócios. A implementação de um tributo a incidir sobre as transações financeiras internacionais (a chamada Taxa Tobin ) tem sido proposta há muito tempo e poderia ser a base de constituição de um fundo a ser gerido pela ONU e voltado para a erradicação da fome e da miséria no planeta. As eternas divergências entre os países produtores de produtos agrícolas do Terceiro Mundo com as políticas de subsídios aplicadas pelos países industrializados que favorecem seus próprios agricultores e dificultam o ingresso de produtos primários importados. As questões associadas às mudanças climáticas e as dificuldades para a produção agrícola em diversas regiões do globo em razão da falta de água e do processo de desertificação.
 
Como se pode concluir, os temas são de elevada sensibilidade e os conflitos de interesse envolvidos com os mesmos são evidentes. A capacidade de articulação do Diretor Geral talvez seja até mais necessária do que a capacidade técnica e conhecimento da matéria, como bem atesta a experiência de Graziano na condição de professor, pesquisador e formulador de políticas públicas. Porém, o papel da direção da instituição é fundamental no sentido de estimular e direcionar o corpo técnico da FAO e de sua rede de colaboradores e estudiosos espalhados pelo mundo afora.

Na verdade, trata-se de mais uma trincheira que se abre na luta para redução das desigualdades sociais e econômicas no plano internacional, com um foco importante sobre a questão da fome e dos alimentos.

(*) Doutor em economia pela Universidade de Paris 10 (Nanterre) e integrante da carreira de Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental, do governo federal

A permanente luta contra a desigualdade no Brasil
Eusébio Pinto Neto

A permanente luta contra a desigualdade no Brasil

Energia, Trabalho e Soberania: o Brasil que queremos construir
Eduardo Annunciato, Chicão

Energia, Trabalho e Soberania: o Brasil que queremos construir

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz
Clemente Ganz Lúcio

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz

Diretores e dirigentes sindicais
João Guilherme Vargas Netto

Diretores e dirigentes sindicais

Dois anos sem João Inocentini
Milton Cavalo

Dois anos sem João Inocentini

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente
Maria Auxiliadora

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente

Metalúrgicos em Ação
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Metalúrgicos em Ação

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira
Marilane Oliveira Teixeira

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira

Indústria forte é Brasil forte!
Cristina Helena Silva Gomes

Indústria forte é Brasil forte!

Se está na convenção, é lei
Paulo Ferrari

Se está na convenção, é lei

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto
César Augusto de Mello

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!
Cláudio Magrão

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites
Márcio Ferreira

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista
Diógenes Sandim Martins

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista

Frentistas realizam Encontro Nacional e programam ações
Força 4 NOV 2025

Frentistas realizam Encontro Nacional e programam ações

Frentistas ampliam luta por mulheres, jovens e proteção trabalhista
Força 4 NOV 2025

Frentistas ampliam luta por mulheres, jovens e proteção trabalhista

Trabalhadores garantiram CCT e reajuste salarial na Ibratar
Força 4 NOV 2025

Trabalhadores garantiram CCT e reajuste salarial na Ibratar

Centrais pressionam BC por redução urgente dos juros
Força 4 NOV 2025

Centrais pressionam BC por redução urgente dos juros

Sintracon-SP promove Festa do Sócio com prêmios e diversão
Força 4 NOV 2025

Sintracon-SP promove Festa do Sócio com prêmios e diversão

CNTI expande curso e fortalece negociações coletivas no país
Força 4 NOV 2025

CNTI expande curso e fortalece negociações coletivas no país

Trabalhadores do setor químico, plástico e fertilizantes recebem proposta patronal
Força 3 NOV 2025

Trabalhadores do setor químico, plástico e fertilizantes recebem proposta patronal

Trabalhadores em edifícios fortalecem direitos e garante ganho real
Força 3 NOV 2025

Trabalhadores em edifícios fortalecem direitos e garante ganho real

Sindicatos retomam protagonismo na luta pelo fim da escala 6×1
Imprensa 3 NOV 2025

Sindicatos retomam protagonismo na luta pelo fim da escala 6×1

Centrais convocam ato contra juros altos na Avenida Paulista
Força 3 NOV 2025

Centrais convocam ato contra juros altos na Avenida Paulista

Metalúrgicos de SP debatem mobilização e conquistas recentes
Força 3 NOV 2025

Metalúrgicos de SP debatem mobilização e conquistas recentes

Luiz Marinho participa de reunião tripartite com SINTRABOR e Bridgestone
Força 3 NOV 2025

Luiz Marinho participa de reunião tripartite com SINTRABOR e Bridgestone

Miguel Torres falou política sindical na FTTRSP
Força 31 OUT 2025

Miguel Torres falou política sindical na FTTRSP

Força Sindical celebra inauguração do IEPEMG e reforça igualdade
Força 31 OUT 2025

Força Sindical celebra inauguração do IEPEMG e reforça igualdade

Sindicalistas e empresários debatem setor químico com Petrobras
Força 31 OUT 2025

Sindicalistas e empresários debatem setor químico com Petrobras

Sindicato entrega moto a aposentado em homenagem aos 80 anos
Força 31 OUT 2025

Sindicato entrega moto a aposentado em homenagem aos 80 anos

SINTRABOR denuncia aumento de afastamentos por transtornos ocupacionais
Força 31 OUT 2025

SINTRABOR denuncia aumento de afastamentos por transtornos ocupacionais

SINDEC lança campanha: “Mais tempo para viver. Mais força para trabalhar”
Força 31 OUT 2025

SINDEC lança campanha: “Mais tempo para viver. Mais força para trabalhar”

Centrais sindicais se reúnem com ministro Guilherme Boulos
Força 30 OUT 2025

Centrais sindicais se reúnem com ministro Guilherme Boulos

SINDEC rejeita proposta patronal desrespeitosa e negociação para
Força 30 OUT 2025

SINDEC rejeita proposta patronal desrespeitosa e negociação para

Sindicato dos Metalúrgicos SP mobiliza categoria nesta quinta-feira
Força 30 OUT 2025

Sindicato dos Metalúrgicos SP mobiliza categoria nesta quinta-feira

Frentistas do RJ conquistam nova tabela salarial com aumento real
Força 30 OUT 2025

Frentistas do RJ conquistam nova tabela salarial com aumento real

A Grande Demissão expõe jornada exaustiva e busca por equilíbrio
Imprensa 30 OUT 2025

A Grande Demissão expõe jornada exaustiva e busca por equilíbrio

Miguel Torres critica reforma administrativa e reforça luta nas ruas em Brasília
Força 30 OUT 2025

Miguel Torres critica reforma administrativa e reforça luta nas ruas em Brasília

Nota pública das centrais sindicais sobre a chacina no RJ
Força 30 OUT 2025

Nota pública das centrais sindicais sobre a chacina no RJ

Em Osasco, sindicalistas reforçaram união e compromisso com o desenvolvimento
Força 29 OUT 2025

Em Osasco, sindicalistas reforçaram união e compromisso com o desenvolvimento

Serginho participou de reunião da Comissão de Assuntos Econômicos do Conselhão
Força 29 OUT 2025

Serginho participou de reunião da Comissão de Assuntos Econômicos do Conselhão

Violência contra profissionais de enfermagem é tema de debate em Mogi
Força 29 OUT 2025

Violência contra profissionais de enfermagem é tema de debate em Mogi

Miguel Torres fará palestra sobre política sindical na FTTRSP
Força 29 OUT 2025

Miguel Torres fará palestra sobre política sindical na FTTRSP

Sintepav-BA reforça ações em: assembleias, conscientização e debates sindicais
Força 29 OUT 2025

Sintepav-BA reforça ações em: assembleias, conscientização e debates sindicais

Aguarde! Carregando mais artigos...