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Faça o que digo e não o que faço
terça-feira, 3 de julho de 2018
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Em 1945, ao fim da segunda guerra, o mundo foi dividido entre os seguidores dos Estados Unidos da América e os da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
A situação ficou conhecida como ‘guerra fria’ e o Brasil, nesse conflito ideológico, tornou-se área de influência norte-americana, por meio de vários acordos.
Um desses acordos foi na área educacional dos dois países, tornando a sociedade brasileira bastante influenciada pelos valores dos americanos do norte.
‘O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil’, chegou a dizer o embaixador Juracy Magalhães, após o golpe civil, midiático e militar de 1964.
Com base nisso, muitos defendem que no Brasil sejam aplicadas ações e leis similares às daquele país, mesmo sabendo que nossas questões sociais são diferentes.
Esquecem que os avanços sociais norte-americanos não são frutos apenas de lutas internas por liberdade e democracia, mas também de intervenções militares nos países da América Latina.
Vejam, por exemplo, a guerra dos Estados Unidos contra o México, pouco divulgada as telas de Hollywood, mas que gerou perda de quase 50% do território mexicano.
Essa pequena análise histórica mostra não ser estranha a atitude de Donald Trump de separar dos pais os filhos de imigrantes em seu território, colocando-os em jaulas.
O infame presidente deixa claro, com essa medida, que quer um crescimento para seu país que beneficie apenas seu povo, mas nunca os estrangeiros, ainda que vizinhos.
Os norte-americanos evocam um ‘destino manifesto’ e se acham escolhidos por Deus para levar desenvolvimento a toda a América, mas o que realmente fazem é o contrário.
Por meio de golpes, ataques midiáticos e até militarmente, com força bruta, saqueiam as riquezas dos países latino-americanos, levando-as para o conforto exclusivo do seu império.
Portanto, não é de estranhar esse ato desumano praticado por um governo que não respeita os direitos humanos. ‘Faça o que digo, não o que faço’, esse é o lema dos Estados Unidos.
Zoel é professor, formado em sociologia e diretor financeiro do Sindserv (sindicato dos servidores municipais) Guarujá