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Força Sindical: 20 anos
terça-feira, 22 de março de 2011
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Desde o inicio da “Era Vargas” a organização da classe trabalhadora em nível nacional nos foi negada. Nos tempos de chumbo da ditadura militar a reunião de sindicatos e federações de categorias diversas chegou a ser considerado prática subversiva.
Todavia, bastou anunciar-se a distensão do sistema, embora “lenta, gradual e segura”, como foi anunciada, para se reativar a idéia de organização em central.
De fato, a partir da CONCLAT, no ano de 1981, o projeto passou do ideal para a construção. Não foi possível a criação de uma central única diante do divisionismo puramente político. E foi assim que surgiram, primeiro a CUT, em agosto de 1963, depois a CGT, que o racha, ainda político, levou à divisão em uma CGT Confederação e outra Central.
Como grande parcela dos sindicatos e federações não aceitava nenhuma delas, defendendo uma atuação mais voltada para os fins imediatos dos trabalhadores e defesa intransigente de seus direitos e interesses, tanto individuais como coletivos, pouco a pouco, de baixo para cima, quer dizer, dos trabalhadores para os sindicatos e daí para as federações e confederações, priorizando propostas mais trabalhistas e menos político-partidárias, construiu-se outra central, que nasceu no dia 8 de março de 1991, já marcada pela democracia e autenticidade, pela atuação efetiva e transparente: a Força Sindical.
Sua fundação abriu outro espaço e um novo caminho. Seu primeiro presidente, Luiz Antonio de Medeiros, depois “Paulinho” Pereira da Silva, os dois saídos da categoria dos metalúrgicos, mas sua representatividade alcançou todos os setores dos ramos profissionais, da indústria, do comércio, transporte, serviços, meio rural, comunicações, educação, esporte, lazer, etc.
A Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins do Estado de São Paulo, desde o surgimento da Força Sindical esteve representada em sua direção e muito nos orgulha ocupar uma de suas vice-presidências.
Valioso ter presente que em 2002, conforme levantamento do IBGE, contava com 839 entidades filiadas, hoje com 13,7% do total organizado em centrais, com o que atende plenamente a exigência do art. 2º, parágrafo único da Lei nº 11.648 de 2008 para ser mantida como central.
A Força Sindical hoje destaca-se no plano sócio-politico e econômico do Brasil diante da seriedade de suas bandeiras, como: jornada de 40 horas semanais sem redução dos salários; salário mínimo capaz de satisfazer as necessidades básicas de uma família, tal como enuncia o inciso IV do artigo 7º da Constituição, com trabalho, moradia digna, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte, previdência social, mas com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo e, por via de conseqüência lógica, assim também os chamados “benefícios” previdenciários, na verdade prestações adquiridas por direito, mas com reajustamentos permanentes de forma a preservar seu valor real conforme determina o parágrafo 4º do artigo 201 da Constituição e mais, trabalho decente, defesa dos direitos trabalhistas duramente conquistados, afastando sua flexibilização e assim também a terceirização da mão de obra; o custeio da organização sindical mediante contribuições da categoria considerada como um todo, como forma de retribuição pela representação ampla, de associados ou não associados, nas negociações coletivas e abrangência de todos nos acordos e convenções coletivas, quer dizer através da contribuição negocial legitimada pelo artigo 7º da mesma Lei nº 11.648 de 2008.
Por tudo, no seu 20º aniversário, saudamos a valorosa Força Sindical e seus filiados, desejando-lhe vida longa.
Melquíades Araújo
vice presidente da Força Sindical