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Governo recua e trabalhadores avançam
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
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O governo reconheceu, na 5ª feira, 14, que seu projeto de reforma da Previdência foi amplamente rejeitado pelos trabalhadores e pela sociedade. Sem os votos necessários, o governo anunciou que a votação fica para fevereiro. Ele percebeu que não há o que fazer sem apoio para tocar propostas como a elevação para 65 anos (homens) e 62 (mulheres) na idade mínima para aposentar-se. Vitória importante do movimento sindical!
Mostramos às bases e à sociedade os aspectos nocivos da proposta do governo para fazer caixa punindo quem trabalha e produz. Esquecer trabalhadores e o povo levou o governo à derrota.
Eu, particularmente, participei das mobilizações contra a reforma e atuei à frente das negociações em que tentamos fazer ver ao governo que queremos, sim, uma reforma da Previdência, mas uma reforma que cubra o calote bilionário na Previdência e acabe com privilégios. Que termine com os desvios das contribuições para outras finalidades. Que sepulte a DRU, mecanismo que transfere recursos dos trabalhadores para o setor privado e o mercado financeiro.
Queremos uma reforma que dê transparência e modernidade ao nosso sistema de aposentadoria. Que revise as desonerações da folha concedidas pelo governo Dilma, que abriu mão de R$ 50 bi por ano em arrecadação sem qualquer contrapartida. Ficou claro, em todo o vitorioso processo de resistência à reforma, que a proposta não reuniu requisitos mínimos para ser aceita pela sociedade.
Agora, o governo tem de entender que a reforma da Previdência será um dos principais assuntos das eleições/2018, e que ele fará melhor ao arrumar outras pautas, como conduzir com equidade o País no ano das eleições em lugar de insistir no erro de querer reformar a Previdência contrariando a grande maioria. A reforma não foi votada em 2017 nem o será em fevereiro de 2018.
Os trabalhadores não vão pagar mais esta conta! Os empresários com as desonerações, o agronegócio, os privilegiados do setor público, os sonegadores e o sistema financeiro, entre outros, têm de arcar com este ônus. Não nós!
Sergio Luiz Leite é presidente da Federação dos Químicos de São Paulo (Fequimfar) e 1º secretário da Força Sindical