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Impunidade e corrupção. Casas noturnas irregulares colecionam mortes por assassinato!
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
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O que explica a violência de nossos dias? Talvez o maior fator seja o da certeza da impunidade num País onde tudo é permitido. As consequências judiciais diante de barbáries sucessivas são ou extremamente brandas ou inexistentes. Com o sistema arcaico que determina nossas leis, ninguém tem medo de ir preso. A fábrica de Habeas Corpus atua a todo vapor. E a morosidade paquidérmica da Justiça, presa à legislação, sugere conforto a meliantes convictos.
Faço tal análise ao ler, na mídia, a história de um vendedor morto por espancamento após desentendimento numa casa noturna denominada Vitrine, no bairro de Vila Matilde, na Zona Leste da Capital paulista.
Nogueira, a vítima da covardia, resolveu tirar satisfações com um grupo do camarote da casa de show, que jogava gelo nas pessoas abaixo.
Revelam as reportagens que os seguranças perceberam a confusão e expulsaram do ambiente Nogueira e dois amigos.
Nenhuma providência, ao que parece, foi tomada para com os mauricinhos de camarote, atiradores de gelo, ou seja, pedras de gelo, que machucam…
Conclusão: o corpo do vendedor foi encontrado por volta das 4h30 num estacionamento.
Tenho especial atenção para casos do gênero. Há alguns anos fui vítima de agressão numa casa de shows da zona oeste simplesmente por ir tentar resolver, na base do diálogo, problemas infligidos à minha esposa e sua amiga por três pessoas mal intencionadas.
Não quiseram ouvir minhas ponderações. De imediato, partiram para uma agressão covarde, de conteúdo animalesco. Um deles era da polícia. O corporativismo, então, se impôs. Nada aconteceu com ele que, tempos depois, como policial, viria a matar um inocente numa casa lotérica em Diadema por achar que o trabalhador da construção civil baleado representava perigo às hostes do estabelecimento, num claro erro de avaliação, inadmissível para um policial minimamente preparado para lidar com a sociedade.
Dei queixa na Corregedoria da Polícia Civil. Fui exaustivamente entrevistado pela mídia. Alertei publicamente o ocorrido em Diadema, envolvendo a mesma pessoa, que julgo um celerado e drogado. Nada aconteceu. Quem corre perigo, sou eu, com o dito cujo solto nas ruas.
A situação de impunidade leva pessoas de bem, a maioria delas, diga-se, a não prestarem queixa. Temem retaliação. Foi bem o que aconteceu com a mulher da vítima da lotérica, que, para se preservar, optou pelo silêncio, afogando suas mágoas na solidão.
Ninguém está seguro num País onde a impunidade prevalece sobre a verdade.
Além de tudo, a corrupção campeia. Seguranças vendem vida por uns trocados. Não entregam seus mauricinhos nem por decreto. A malha que corrompe obviamente é maior, bem maior…
Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo e deputado estadual (PSDB)